Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Carcinoma Urotelial

Combinação de enfortumabe vedotina e pembrolizumabe recebe nova indicação terapêutica nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 15 de dezembro a combinação de enfortumabe vedotina e pembrolizumabe para o tratamento de pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático. Esta nova indicação terapêutica adiciona à aprovação acelerada para esta combinação em pacientes com inelegíveis para quimioterapia contendo cisplatina.

O regime combinado nesta população foi avaliado no estudo EV-302/KN-A39, que randomizou 886 pacientes com câncer urotelial avançado sem tratamento prévio para doença avançada entre enfortumabe vedotina com pembrolizumabe ou quimioterapia baseada em platina (gencitabina com cisplatina ou carboplatina). A idade mediana dos pacientes foi 69 anos, 77% eram do sexo masculino, 95% dos pacientes possuíam doença metastática, incluindo 72% com metástases viscerais e 22% com metástases hepáticas. Dentre as características histológicas, 6% possuíam carcinoma urotelial com diferenciação escamosa mista e 2% com outras variantes histológicas. Quanto à elegibilidade à quimioterapia, 46% dos pacientes foram considerados inelegíveis para cisplatina no momento da randomização.

O tratamento com enfortumabe vedotina e pembrolizumabe resultou em redução de 53% no risco de morte em comparação a quimioterapia (HR=0,47; IC de 95%: 0,38-0,58; p < 0,0001) com medianas de 31,5 versus 16,1 meses. Adicionalmente, também foi demonstrado benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,45; IC de 95%: 0,38-0,54; p < 0,0001) e taxa de resposta (67,7% versus 44,4%, p < 0,0001), incluindo 29,1% de respostas completas no braço experimental. Os eventos adversos mais comuns (≥ 20%) nos pacientes tratados com a combinação foram: aumento de enzimas hepáticas, elevação de creatinina, rash cutâneo, hiperglicemia, neuropatia periférica, elevação de lipase, linfopenia, elevação de enzimas hepáticas, anemia, fadiga, hiponatremia, hipofosfatemia, hipoalbuminemia, prurido, diarreia, alopecia, perda de peso, redução de apetite, hiperuricemia, neutropenia, hipocalemia, xeroftalmia, náuseas, constipação, hipercalemia, disgeusia, infecção do trato urinário e plaquetopenia.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

Continue sua leitura

Mais informações e estudos no MOC Tumores Sólidos

Acessar MOC