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Cemiplimabe recebe aprovação em nova indicação terapêutica para o câncer de pulmão nos EUA
A combinação do imunoterápico cemiplimabe com quimioterapia baseada em platina recebeu aprovação do FDA (Food and Drug Administration) em 8 de novembro de 2022 para o tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado sem alterações de EGFR, ALK ou ROS1.
Esse regime foi avaliado no estudo EMPOWER-Lung 3, que randomizou 466 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado sem terapia prévia a uma razão 2:1 entre cemiplimabe ou placebo associados a quimioterapia com dupla de platina por 4 ciclos seguido de manutenção com cemiplimabe/placebo e quimioterapia. Não foi permitida a inclusão neste estudo de pacientes portadores de mutações no EGFR, ALK e ROS1. Os regimes quimioterápicos permitidos foram: cisplatina ou carboplatina combinadas a paclitaxel ou pemetrexede, sendo que nos pacientes de histologia não escamosa que receberam regime contendo dupla de platina com pemetrexede, a administração deste em regime de manutenção foi mandatória. A idade mediana da população foi 63 anos, a maioria composta por homens (84%), com status performance por ECOG 1 (84%) e com doença metastática (85%); 57% possuíam histologia não escamosa e 7% apresentavam história de metástase previamente tratada no sistema nervoso central.
A avaliação da sobrevida global, objetivo primário do estudo, demonstrou resultado favorável à combinação de quimioterapia com o imunoterápico, com medianas de 21,9 versus 13,0 meses (HR=0,71; IC de 95%: 0,53-0,93; p=0,014). A sobrevida livre de progressão também favoreceu o braço experimental (HR=0,56; IC de 95%: 0,44-0,70; p<0,0001), além disso, foi demonstrada maior taxa de resposta (43% versus 23%; p<0,0001) e duração de resposta (15,6 versus 7,3 meses). Os eventos adversos apresentados em maior frequência no braço tratado com cemiplimabe foram: alopecia, dor musculoesquelética, náuseas, fadiga, neuropatia periférica e redução do apetite.
A Dra. Suellen Castro, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta “a combinação de quimioimunoterapia é o padrão-ouro de tratamento para os pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado/metastático, virgens de tratamento, sem mutação alvo, independente da expressão de PD-L1. Os resultados desse estudo corroboram e, portanto, solidificam o papel dessa estratégia combinada para esses pacientes”.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida