Continue sua leitura
Câncer de pulmão de células pequenas recebe nova aprovação de tratamento nos EUA
Apesar de corresponder a apenas uma pequena parcela dentre as neoplasias de pulmão (cerca de 10-15%), o câncer de pulmão de histologia células pequenas vem ganhando destaque no cenário americano nesse ano, agora com a aprovação de uma nova opção de tratamento com o uso de imunoterapia para a doença avançada, modificando o hiato no desenvolvimento de novas terapias para essa doença que ocorreu nas últimas décadas. No dia 17 de junho de 2019, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada para o uso do anticorpo monoclonal anti-PD-1 pembrolizumabe em monoterapia para o tratamento do câncer de pulmão de células pequenas metastático com progressão a duas ou mais linhas de tratamento sistêmico (sendo uma delas obrigatoriamente quimioterapia com dupla de platina).
Essa indicação de tratamento foi baseada nos dados compilados de 2 diferentes estudos clínicos, o KEYNOTE-158 (coorte D) e o KEYNOTE-028 (coorte C1). O tratamento com pembrolizumabe foi avaliado em dois diferentes regimes de administração (200 mg a cada 3 semanas, e 10 mg/kg a cada 2 semanas), e mantido até progressão de doença, toxicidade limitante, ou até a conclusão de 24 meses de tratamento. A análise de eficácia foi conduzida com a avaliação de 83 pacientes, demonstrando uma taxa de resposta atingida com o tratamento de 19%, sendo 2% de respostas completas e 17% de respostas parciais. Dentre os pacientes com algum grau de resposta, 94% deles mantiveram o benefício por período igual ou superior a 6 meses, 63% por 12 meses, e 56% por ao menos 18 meses, com duração de respostas variando entre 4,1 a 35,8 meses.
O perfil de segurança foi semelhante a utilização de pembrolizumabe nas outras indicações de tratamento, e a dose aprovada para tratamento é de 200 mg a cada 3 semanas.
Conforme destaca a Dra. Carolina Kawamura Haddad, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “a aprovação do pembrolizumabe para o câncer de pulmão de células pequenas avançado e refratário a quimioterapia possibilita o tratamento de uma doença órfã neste cenário, com respostas de boa qualidade quanto a duração e perfil de efeitos colaterais. Estes resultados confirmam que a imunoterapia tem um papel muito importante para os pacientes com câncer de pulmão de células pequenas”.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida