Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Brigatinibe é aprovado pela ANVISA para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão avançado ALK positivo

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 17 de maio de 2021 o inibidor de tirosina quinase brigatinibe para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de células não pequenas avançado ALK positivo.

Esta aprovação foi baseada nos dados do estudo ALTA-1L, que randomizou 275 pacientes portadores de câncer de pulmão de células não pequenas avançado com rearranjo de ALK para receberem brigatinibe ou crizotinibe como primeira linha de terapia dirigida a alterações no ALK (foi permitida exposição prévia a até 1 linha de quimioterapia sistêmica). Dentre a população avaliada, um terço dos pacientes (30%) apresentavam metástases no sistema nervoso central (SNC) à randomização, cerca de 13% haviam recebido radioterapia para o SNC, e aproximadamente um quarto dos pacientes (26%) haviam recebido quimioterapia para a doença avançada.

Como resultado, o tratamento com brigatinibe reduziu em 51% o risco de progressão de doença ou morte quando comparado ao uso de crizotinibe, com medianas de 24,0 versus 11,0 meses (HR=0,49; IC de 95%: 0,35-0,68; p<0,0001). A taxa de resposta também foi superior no braço que recebeu brigatinibe (74% versus 62%, p=0,0342), com 56% dos pacientes tratados com brigatinibe mantendo resposta por ao menos 24 meses. Na avaliação dos pacientes com lesões mensuráveis no sistema nervoso central, o uso de brigatinibe novamente foi associado a benefício em taxa de resposta (78% versus 26%), incluindo 28% dos pacientes com respostas completas no braço de brigatinibe. A duração de resposta no sistema nervoso central foi ≥ 24 meses em 64% dos pacientes tratados com brigatinibe.

Os eventos adversos mais comuns apresentados pelos pacientes do braço brigatinibe foram diarreia, fadiga, náuseas, rash, tosse, mialgia, cefaleia, hipertensão arterial, vômitos e dispneia.

O estudo ALTA-1L reforça o conceito de que inibidores de ALK de segunda geração têm maior atividade do que crizotinibe, incluindo melhor controle de doença em sistema nervoso central, que é um dos grandes desafios no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas ALK positivo. A aprovação representa, portanto, mais uma opção de terapia-alvo padrão para esta população”, destaca o Dr. William William, oncologista e diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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