Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Brigatinibe aprovado para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão ALK+ avançado nos EUA

O desenvolvimento de terapias sistêmicas dirigidas a alterações genômicas presentes nos tumores de pulmão representa um dos mais importantes avanços da oncologia de precisão. Dentre os pacientes com tumores de pulmão de células não pequenas, os rearranjos do gene ALK estão presentes em até 7% dos casos. Aumentando as opções de tratamento sistêmico para esses pacientes apresentando doença avançada, a agência norte-americana FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso do inibidor de tirosina quinase brigatinibe no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão ALK+ baseada nos dados do estudo clínico de fase III ALTA-1L.

Neste estudo, 275 pacientes portadores de câncer de pulmão de células não pequenas avançado com rearranjo de ALK foram randomizados para receberem brigatinibe ou crizotinibe como primeira linha de terapia dirigida a alterações no ALK – foi permitida a inclusão de pacientes previamente expostos a ≤ 1 linha de quimioterapia sistêmica. Destaca-se que aproximadamente um terço da população avaliada (35%) apresentava metástases no sistema nervoso central à randomização. O estudo atingiu seu objetivo primário, demonstrando que o tratamento com brigatinibe foi associado a benefício em sobrevida livre de progressão quando comparado ao uso de crizotinibe, com medianas de 24,0 versus 11,0 meses (HR=0,49; IC de 95%: 0,35-0,68; p<0,0001). A taxa de resposta também foi superior no braço que recebeu brigatinibe (74 versus 62%; p=0,0342), com cerca de metade dos pacientes apresentando duração do benefício por ao menos 24 meses. Quando a avaliação foi limitada aos pacientes com lesões mensuráveis no sistema nervoso central, o uso de brigatinibe novamente foi associado a benefício em taxa de resposta (78 versus 26%), incluindo 28% dos pacientes com respostas completas no braço de brigatinibe. A duração de resposta no sistema nervoso central foi ≥ 24 meses em 64% dos pacientes tratados com brigatinibe.

Os eventos adversos mais comuns apresentados pelos pacientes do braço brigatinibe foram diarreia, fadiga, náuseas, rash, tosse, mialgia, cefaleia, hipertensão arterial, vômitos e dispneia.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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