Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Linfomas

Brentuximabe aprovado pelo FDA para o tratamento de pacientes pediátricos com linfoma de Hodgkin clássico

No dia 10 de novembro de 2022, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o anticorpo anti-CD30 conjugado a droga brentuximabe em combinação a doxorrubicina, vincristina, etoposídeo, prednisona e ciclofosfamida (AVEPC) para o tratamento de pacientes pediátricos ≥ 2 anos com diagnóstico linfoma de Hodgkin clássico de alto risco sem tratamento prévio. Trata-se da primeira aprovação do uso de brentuximabe em população pediátrica.

O regime foi avaliado no estudo de fase III AHOD1331 que randomizou 600 pacientes entre brentuximabe associado ao protocolo AVEPC ou o protocolo ABVE-PC (doxorrubicina, bleomicina, vincristina, etoposídeo, prednisona e ciclofosfamida). Foi categorizada como doença de alto risco aquela com estádio IIB de Ann Arbor com lesão bulky, além dos estádios IIIB, IVA e IVB. A idade mediana dos pacientes avaliados foi 15 anos, sendo que a maioria possuía entre 12 e 18 anos (n=448), 20% possuíam doença estádio IIB bulky, 19% estádio IIIB, 29% estádio IVA e 31% estádio IVB.

O principal desfecho avaliado foi a sobrevida livre de eventos, definida como o tempo desde a randomização até a ocorrência de um dos seguintes eventos: progressão de doença, recidiva, segunda neoplasia primária ou morte por qualquer causa. O tratamento com brentuximabe reduziu em 59% o risco de eventos (HR=0,41; IC de 95%: 0,25-0,67; p=0,0002), com medianas não atingidas em ambos os braços. Os eventos adversos de graus ≥ 3 apresentados em maior frequência no braço de brentuximabe foram: neutropenia, anemia, trombocitopenia, neutropenia febril, estomatite e infecção.

Essa é a primeira aprovação do brentuximabe vedotina na população pediátrica com Linfoma de Hodgkin de mais alto risco. Esse anticorpo monoclonal anti-CD30 associado a monometilauristatina já está aprovado como agente único para adultos em com Linfoma de Hodgkin recidivado/refratário há alguns anos e em primeira linha associado a quimioterapia (AVD) em adultos com Linfoma de Hodgkin também de mais alto risco. O esquema quimioterápico associado ao brentuximabe em primeira linha difere das crianças para os adultos, mas o benefício com a associação foi observado também na população pediátrica com menores taxes de eventos e recidivas. A combinação foi bem tolerada na população pediátrica assim como é visto nos adultos.  Com isso, o brentuximabe passa a ser uma opção preferida em combinação com quimioterapia também na população pediátrica com Linfoma de Hodgkin de mais alto risco com base nesse estudo”, comenta o Dr. Phillip Scheinberg, chefe da divisão de Hematologia Clínica da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

 

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