Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Neoplasias Hematológicas

Axatilimabe é aprovado pelo FDA para o tratamento da doença do enxerto contra o hospedeiro crônica e refratária

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou, em 14 de agosto de 2024, o uso de axatilimabe para o tratamento de pacientes adultos e pediátricos (com peso corporal ≥ 40 kg) que apresentam doença do enxerto contra hospedeiro crônica (GVHDc) após falha de pelo menos duas linhas de terapia sistêmica.

Trata-se de um anticorpo que bloqueia o receptor do fator estimulante de colônias 1 (CSF-1), representando uma nova opção terapêutica para pacientes com GVHDc refratário aos tratamentos anteriores. Sua aprovação foi baseada no estudo AGAVE-201, que avaliou três diferentes dosagens de axatilimabe em pacientes com GVHDc recorrente ou refratária. A população estudada no AGAVE-201 apresentou idade mediana de 50 anos, com 27% dos indivíduos ≥ 65 anos. A maioria dos participantes era do sexo masculino (58%) e 85% eram brancos. Além disso, 57% dos pacientes apresentavam comprometimento de quatro ou mais órgãos. O tempo mediano desde o diagnóstico de GVHDc foi de 47 meses, com um histórico mediano de quatro linhas anteriores de terapia. Dentre os pacientes, 47% haviam recebido pelo menos cinco linhas de tratamento anteriores e 72% haviam sido tratados com ruxolitinibe, 34% com ibrutinibe e 20% com belumosudil. A maioria (80%) apresentava GVHDc grave.

A taxa de resposta foi de 75% no grupo de pacientes tratados com a dose de 0,3 mg/kg (máximo 35 mg), com tempo mediano para resposta de 1,5 meses e a duração mediana de resposta foi de 1,9 meses, sendo que 60% dos pacientes mantiveram a resposta por pelo menos 12 meses sem necessidade de nova terapia. No tocante da segurança, os eventos adversos mais comuns (≥ 15%) incluíram: elevações de transaminases, infecções, hipofosfatemia, anemia, dor musculoesquelética, fadiga e alterações nos níveis de amilase e lipase. Outros eventos reportados foram: náusea, cefaleia, diarreia, febre e dispneia.

A dose terapêutica recomendada de axatilimabe para pacientes com peso coporoal ≥ 40 kg é de 0,3 mg/kg, com dose máxima de 35 mg, administrada por via intravenosa a cada duas semanas, até progressão da doença ou toxicidade limitante.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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