Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Neoplasias Hematológicas

Regime terapêutico com daratumumabe é aprovado pelo FDA e pela ANVISA para o tratamento da amiloidose de cadeia leve

O FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada em 15 de janeiro de 2020 ao uso de daratumumabe subcutâneo combinado ao regime de bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona (D-VCd) para o tratamento de pacientes portadores de amiloidose de cadeia leve recém-diagnosticados. Já no cenário nacional, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou no Diário Oficial da União a aprovação da droga em 30 de novembro de 2020.

A aprovação de ambas as agências regulatórias é baseada no estudo de fase III ANDROMEDA, que randomizou 388 pacientes portadores de amiloidose de cadeia leve sem tratamento sistêmico prévio entre o regime de bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona combinados a daratumumabe (D-VCd) ou não (VCd). Destaca-se que aproximadamente dois terços dos pacientes em ambos os braços possuíam envolvimento de ≥ 2 órgãos. A taxa de reposta hematológica completa, objetivo primário do estudo, definida como a normalização dos níveis de cadeias leves livres ou a normalização da razão de cadeia leves livres com imunofixação sérica e urinária negativas, foi 42,1% versus 13,5% nos braços D-VCd e VCd, respectivamente, conforme avaliação pelo comitê revisor independente (OR=4,8; IC de 95%: 2,9-8,1; p<0,0001). A sobrevida livre de progressão de deterioração orgânica maior, definida como morte, necessidade de transplante cardíaco, dispositivo de assistência ventricular ou balão intra-aórtico, necessidade de transplante renal ou terapia renal substitutiva ou progressão hematológica, também favoreceu o tratamento com o regime combinado D-VCd (HR=0,58; IC de 95%: 0,37-0,92). Nas avaliações de segurança, o perfil de eventos adversos do tratamento combinado foi consistente com o uso de daratumumabe ou o regime VCd isoladamente.

A dose recomendada de daratumumabe subcutâneo nesse cenário é 1.800 mg (seringa pré-preenchida) semanalmente nas primeiras 8 semanas, seguidas de administrações a cada 14 dias nas semanas 9 a 24, posteriormente alternada para administrações a cada 28 dias a partir da semana 25 e mantida até progressão de doença, toxicidade limitante ou totalização de 2 anos de tratamento.

De acordo com o Dr. Breno Moreno de Gusmão, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o estudo ANDROMEDA inaugurou uma nova perspectiva no tratamento da amiloidose sistêmica primária (AL). Trata-se do primeiro medicamento aprovado para o tratamento da amiloidose AL no FDA e já com aprovação pela ANVISA. O estudo focou em pacientes com amiloidose sistêmica primaria (AL) não elegíveis ao transplante autólogo de medula óssea, cenário na qual as opções de tratamento são limitadas e de difícil manejo. Além da inovação na incorporação do daratumumabe subcutâneo, a associação ao D-VCd mostrou dados robustos de respostas hematológicas e de órgão, o que torna essa combinação o novo tratamento padrão em primeira linha na amiloidose AL.”

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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