Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Neoplasias Hematológicas

Novo tratamento para neoplasias hematológicas com rearranjo de FGFR1 é aprovado pelo FDA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 26 de agosto de 2022 o uso de pemigatinibe no tratamento de pacientes com neoplasias mieloides/linfoides (NML) refratárias com rearranjo de FGFR1.

A eficácia de pemigatinibe foi avaliada no estudo FIGHT-203, que incluiu 28 pacientes com NML apresentando rearranjo 8p11, uma mutação ativadora de FGFR1, após exposição a terapia prévia, sendo permitida a inclusão de pacientes com doença recidivada após transplante de medula óssea.

Nos pacientes com doença crônica na medula óssea independente da presença de doença extramedular, a taxa de resposta completa (baseada nos critérios do MDS/MPN Working Group ou critérios de Lugano) foi de 78%, com tempo mediano para atingir reposta completa de 104 dias e duração mediana do benefício não atingida.  No grupo com doença medular em fase blástica independente da presença de doença extramedular, 2 pacientes apresentaram resposta completa dentre os 4 analisados. Já entre os 3 pacientes com doença extramedular exclusiva, 1 deles atingiu resposta completa pelos critérios de Lugano. Na avaliação de toda a população, a taxa de resposta citogenética completa foi de 79%. Os eventos adversos mais frequentes em graus ≥ 3 foram: hipofosfatemia, linfopenia, leucopenia, plaquetopenia, elevação de transaminases e neutropenia.

A dose de tratamento recomendada é pemigatinibe, 13,5 mg via oral, uma vez ao dia.

O pemigatinibe é um inibidor do FGFR1, 2 e 3 previamente aprovado para tumores onde há o rearranjo do gene FGFR2. A aprovação inicial foi no cenário do colangiocarcinoma e agora o FDA aprovou a medicação também para as neoplasias hematológicas com o rearranjo do FGFR1. Esta nova aprovação segue a tendência atual de tratamentos envolvendo o uso de drogas agnósticas, ou seja, não específicas para um determinado tipo de tumor, mas sim para um determinado tipo de alteração gênica.

A presença desse rearranjo nas neoplasias mieloides e linfoides é bastante rara, porém, quando presente, o pemigatinibe apresenta atividade importante como agente único, com taxas de respostas geral e completas significativas, que vem se mostrando duradouras.

Não é prática na avaliação das neoplasias linfoides e mieloides a pesquisa para o rearranjo do FGFR1. Porém, com essa aprovação é provável que diretrizes futuras irão incluir a recomendação para a pesquisa desse rearranjo nas neoplasias linfoides/mieloides recidivadas e refratárias”, destaca o Dr. Phillip Phillip Scheinberg, chefe da divisão de Hematologia Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

 

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