Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Mieloma Múltiplo

Novo tratamento aprovado nos EUA para o mieloma múltiplo

Em 02 de julho de 2025, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu aprovação acelerada a linvoseltamabe, um anticorpo bispecífico BCMA-CD3, para adultos com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que receberam pelo menos quatro linhas prévias de terapia, incluindo inibidor de proteassoma, agente imunomodulador e anticorpo anti-CD38.

A aprovação é baseada no LINKER-MM1, um estudo aberto, de fase I/II, multicêntrico e multicoorte, com o objetivo de avaliar a segurança e eficácia de duas doses de linvoseltamabe (50 mg e 200 mg) em pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que progrediram após pelo ≥ 3 linhas prévias de tratamento, incluindo inibidor de proteassoma, agente imunomodulador e anticorpo anti-CD38. Indivíduos previamente tratados com terapias direcionadas ao BCMA ou células CAR-T foram excluídos. Foram incluídos 117 pacientes no grupo de 200 mg e 104 no grupo de 50 mg. A mediana de idade foi de 70 anos no braço de 200 mg e 65 anos no braço de 50 mg. Entre os participantes, 54,7% eram do sexo masculino no braço 200 mg, e 53,8% no braço 50 mg. O estado funcional ECOG foi de 0-1 em mais de 99% dos casos. O estadiamento ISS mostrou estágio II-III em 54,9%; 16,2% apresentavam plasmocitomas extramedulares ≥ 2 cm; 39,3% tinham citogenética de risco alto; e 28,2% eram penta-refratários.

A taxa de resposta para o grupo 200 mg foi de 70,9%, com resposa parcial muito boa ou melhor (≥ VGPR) em 63,2% e resposta completa ou melhor (≥ CR) em 49,6%. No grupo 50 mg, a taxa de resposta foi de 48,1%, com ≥ VGPR em 39,4% e ≥ CR em 21,2%. A duração mediana de resposta para o grupo 200 mg foi de 29,4 meses. A probabilidade de manutenção da resposta aos 12 meses foi de 80,9%. A mediana de sobrevida livre de progressão não foi alcançada no grupo 200 mg, com taxa de sobrevida livre de progressão aos 12 meses de 70%. A sobrevida global mediana para o grupo 200 mg foi de 31,4 meses, com taxa de sobrevida global aos 12 meses de 75,3%. Na avaliação de segurança, dentre os eventos adversos observados no grupo 200 mg, incluem-se: síndrome de liberação de citocinas (CRS) em 46% (grau 1: 35%; grau 2: 10%; grau 3: <1%), neutropenia graus ≥3 em 41,9%, anemia grau 3 em 30,8%, neurotoxicidade (ICANS) em 7,7% (graus 1-3) e infecções em 74,4% (grau 3-4 em 35,9%), com redução na frequência e gravidade ao longo do tempo. A maioria dos episódios de CRS e ICANS ocorreu durante o período de escalonamento de dose, havendo resolução rápida com manejo padrão.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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