Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Linfomas

Novo BiTE aprovado para o tratamento de linfoma nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada em 26 de junho de 2024 ao uso de epcoritamabe, um engajador biespecífico de células T (BiTE) direcionado a CD20 e CD3, para o tratamento de pacientes adultos com linfoma folicular (LF) recidivado ou refratário após duas ou mais linhas de terapia sistêmica.

A eficácia e a segurança foram avaliadas no estudo EPCORE NHL-1, que incluiu 127 pacientes com LF recidivado ou refratário após pelo menos duas linhas de terapia sistêmica. A eficácia e segurança primárias foram baseadas em 127 pacientes que receberam um regime de dose crescente em dois estágios. Uma coorte separada de 86 pacientes avaliou o regime de dose crescente em três estágios recomendado para mitigação da síndrome de liberação de citocinas. Dentre os 127 pacientes com LF, a idade mediana foi de 65 anos, 52% tinham ≥ 65 anos, e 62% eram do sexo masculino. Um total de 85% apresentava doença em estágio III-IV e 25% tinham doença bulky. O número mediano de tratamentos anteriores foi de 3, com 36% recebendo 2 linhas de terapia sistêmica, 32% recebendo 3 terapias anteriores e 32% recebendo ≥ 4 terapias anteriores. Na população de eficácia primária, a taxa de resposta foi de 82%, com 60% alcançando respostas completas. Após um seguimento mediano de 14,8 meses entre os respondedores, a duração mediana de resposta não foi alcançada, com duração ≥ 12 meses em 68,4% dos pacientes. A eficácia foi semelhante nos 86 pacientes que receberam o regime de dose crescente em três estágios. A bula da medicação inclui um aviso sobre a síndrome de liberação de citocinas grave ou fatal e a neurotoxicidade associada a células efetoras imunes (ICANS). Os avisos e precauções incluem infecções graves e citopenias. ICANS ocorreu em 6,0% dos casos, e infecções graves em 40%. Entre os 86 pacientes com LF recidivado ou refratário que receberam o regime de dose crescente em três estágios recomendado, síndrome de liberação de citocinas ocorreu em 49%, todos os eventos foram de grau 1 (45%) ou 2 (9%). Os eventos adversos mais comuns (≥ 20%) foram: reações no local de injeção, síndrome de liberação de citocinas, infecção por COVID-19, fadiga, infecção do trato respiratório superior, dor musculoesquelética, rash cutâneo, diarreia, pirexia, tosse e cefaleia. As alterações laboratoriais de graus ≥ 3 mais comuns (≥ 10%) foram: linfopenia, neutropenia, leucopenia e anemia.

O regime recomendado consiste na administração subcutânea de epcoritamabe em ciclos de 28 dias até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. A dose recomendada é um regime de dose crescente em três estágios no Ciclo 1 (0,16 mg no D1, 0,8 mg no D8, 3 mg no D15 e 48 mg no D22), Ciclos 2 e 3 (48 mg nos D1, D8, D15 e D22), Ciclos 4 a 9 (48 mg nos D1 e D15) e Ciclo 10 e além (48 mg no D1).

Para a cofnrimação do benefício clínico e segurança de epcoritamabe, um estudo clínico randomizado de fase III está em andamento e próximo de ser totalmente recrutado (95%), avaliando rituximabe e lenalidomida isolados ou em combinação com epcoritamabe em pacientes com LF recidivado ou refratário.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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