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Epcoritamabe recebe aprovação acelerada do FDA para o tratamento do linfoma difuso de grandes células B
Em 19 de maio, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada para o epcoritamabe, um engajador biespecífico de células T CD3 direcionado ao CD20, para pacientes com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) recidivado ou refratário – não especificado, incluindo LDGCB originado de linfoma indolente, e linfoma de células B de alto grau após duas ou mais linhas de terapia sistêmica.
Epcoritamabe foi avaliado no estudo EPCORE NHL-1 de múltiplas coortes e único braço em 148 pacientes com LDGCB recidivado ou refratário – não especificado, incluindo LDGCB originado de linfoma indolente, e linfoma de células B de alto grau após duas ou mais linhas de terapia sistêmica, incluindo pelo menos uma terapia contendo anticorpo monoclonal anti-CD20.
A idade mediana da população foi 65 anos e dentre os diagnósticos apresentados: 86% possuíam LDGCB não especificado, incluindo 27% deles transformados a partir de linfoma indolente, e linfoma de células B de alto grau possuíam 14%. O número mediano de tratamentos prévios foi 3, sendo que 30% receberam 2 tratamentos prévios, 30% receberam 3 tratamentos prévios e 40% receberam 4 ou mais tratamentos prévios. Em relação aos tratamentos prévios: 18% haviam realizado transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas, 39% tinham sido submetidos a terapia com células CAR-T, 82% apresentavam doença refratária ao último tratamento e 29% dos pacientes eram refratários à terapia com células CAR-T.
O principal desfecho de eficácia avaliado foi a taxa de resposta global determinada pelos critérios de Lugano 2014, conforme avaliado por um comitê de revisão independente. A taxa de resposta global foi de 61%, com 38% dos pacientes alcançando respostas completas. Com um intervalo mediano de seguimento de 9,8 meses entre os respondedores, a duração mediana estimada de resposta foi de 15,6 meses.
Destaca-se que dentre as informações de prescrição há um aviso para o risco de síndrome de liberação de citocinas grave ou fatal e síndrome neurotóxica associada a células efetoras imunes (ICANS) potencialmente fatal. Outras advertências e precauções incluem infecções e citopenias. Entre os pacientes com LDGCB recidivado ou refratário que receberam epcoritamabe na dose recomendada, a síndrome de liberação de citocinas ocorreu em 51% dos pacientes, ICANS foi relatada em 6% e infecções graves em 15%. A síndrome de liberação de citocinas foi de grau 1 em 37% dos pacientes, grau 2 em 17%, e grau 3 em 2,5%. ICANS de grau 1 ocorreu em 4,5% dos pacientes, grau 2 em 1,3%, e grau 5 em 0,6%. Devido ao risco de síndrome de liberação de citocinas e ICANS, os pacientes devem ser hospitalizados por 24 horas após a dose do dia 15 do ciclo 1 de 48 mg.
Os eventos adversos mais frequentes em toda a população (≥ 20%) foram: síndrome de liberação de citocinas, fadiga, dor musculoesquelética, reações no local da injeção, febre, dor abdominal, náuseas e diarreia. As anormalidades laboratoriais de grau 3 ou 4 mais comuns (≥ 10%) foram: linfopenia, neutropenia, leucopenia, anemia e trombocitopenia.
O regime recomendado consiste em epcoritamabe administrado via subcutânea em ciclos de 28 dias até a progressão da doença ou toxicidade limitante. A dose recomendada é a titulação no ciclo 1 (0,16 mg no dia 1, 0,8 mg no dia 8 e 48 mg nos dias 15 e 22). A titulação é então seguida por dosagem fixa de 48 mg por semana durante os ciclos 2 a 3, a cada duas semanas durante o ciclo 4 a 9 e então a cada 4 semanas no dia 1 dos ciclos subsequentes.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida