Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Linfomas

Crizotinibe é aprovado pelo FDA para o tratamento de linfoma em pacientes pediátricos e adultos jovens

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 14 de janeiro de 2021 o uso do inibidor de tirosina quinase crizotinibe para o tratamento de pacientes pediátricos e adultos jovens portadores de linfoma anaplásico de grandes células sistêmico recidivado ou refratário com alteração do ALK.

O uso de crizotinibe nesse cenário foi avaliado no estudo ADVL0912 que incluiu 26 pacientes entre 1 a 21 anos de idade portadores de linfoma anaplásico de grandes células sistêmico ALK positivo previamente expostos a uma ou mais linhas de tratamento. A terapia foi mantida até progressão de doença ou toxicidade limitante, porém também era permitida a descontinuação da mesma para a realização de transplante de medula. A taxa de resposta objetiva avaliada pelo comitê independente foi 88%, com taxa de remissão completa de 81%. A duração de resposta foi igual ou superior a 6 e 12 meses em 39% e 22% daqueles que apresentaram o benefício, respectivamente. Os eventos adversos mais comuns em quaisquer graus foram diarreia, vômito, náuseas, alterações visuais e cefaleia. Destaca-se que toxicidade ocular ocorreu em 65% dos pacientes, sendo recomendada em bula a avaliação oftalmológica antes e durante o tratamento. A dose recomendada para essa indicação de tratamento é crizotinibe, 280 mg/m2 via oral, 2x/dia.

A Dra. Danielle Leão C. Farias, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo comenta: “Apesar da maioria dos linfomas anaplásicos de grandes células sistêmico ALK positivo ser de muito bom prognóstico – inclusive não exigindo consolidação com transplante autólogo em 1ª linha – há casos refratários à quimioterapia, usualmente com evolução clínica desfavorável e opções de tratamento limitadas. O crizotinibe é a primeira terapia definida por um biomarcador nesses tipos de linfomas e se associa a respostas clinicamente significativas em casos resistentes à quimioterapia. A análise dos resultados com um tempo de seguimento ainda maior será importante para compreendermos melhor a duração da eficácia dessa estratégia a longo prazo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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