Efeitos do exemestano versus anastrozol sobre a densidade óssea em mulheres com câncer de mama em estádio inicial

O tratamento do câncer de mama com inibidores da aromatase (IA) está associado com redução da densidade óssea. Um estudo de fase III, randomizou mulheres com câncer de mama estádio inicial para receberem exemestano, 25 mg versus anastrozol, 1 mg. Foram comparadas as variações da densidade mineral óssea (DMO) pelo T-score na coluna lombar e no quadril das pacientes envolvidas.

Os desfechos primários foram uma porcentagem de alterações na DMO, em 2 anos, na coluna lombar e quadril.

Entre as 300 pacientes com T-score ≥ -2,0, não houve diferença significativa entre os grupos exemestano e anastrozol em variação mediana relativa da DMO na coluna lombar (-0,92 contra -2,39%; p=0,08) ou quadril (-1,93 versus -2,71%; p=0,10), em 2 anos.

Da mesma forma, entre as 197 pacientes com T-score < -2,0, não houve diferença significativa entre o exemestano e grupos anastrozol na variação mediana relativa da DMO na coluna lombar (2,11 versus 3,72%; p=0,26) ou quadril (2,09 versus 0%; p=0,28), em 2 anos.

A partir dessas constatações, os investigadores concluíram que nenhuma diferença foi observada na densidade mineral óssea das pacientes com câncer de mama que utilizaram exemestano ou anastrozol.

Referência:
Goss PE, Hershman DL, Cheung AM, et al. Effects of adjuvant exemestane versus anastrozole on bone mineral density for women with early breast cancer (MA.27B): a companion analysis of a randomised controlled trial. The Lancet Oncology 2014, Early Online Publication, March 11.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Raphael Brandão Moreira
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.