Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Gliomas pediátricos

FDA concede aprovação acelarada para o tratamento do glioma de baixo grau pediátrico

O FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada, em 23 de abril de 2024, a tovorafenibe para o tratamento de pacientes pediátricos (≥ 6 meses de idade) com diagnóstico de glioma de baixo grau recidivado ou refratário, que apresentam fusão ou rearranjo de BRAF, ou mutação de BRAF do tipo V600.

A eficácia de tovorafenibe foi avaliada no estudo FIREFLY-1, em 76 pacientes pediátricos com glioma de baixo grau recidivado ou refratário que possuíam alterações ativadoras de BRAF e que haviam recebido ao menos uma linha de terapia sistêmica anterior. Foram excluídos pacientes com tumores que apresentavam outras mutações (incluindo mutações de IDH1/2 e mutações de FGFR) ou com diagnóstico conhecido ou suspeito de neurofibromatose tipo 1. O objetivo principal do estudo foi taxa de resposta, avaliada pelos critérios de RAPNO-LGG (Response Assessment in Pediatric Neuro-Oncology Low-Grade Glioma), cujo resultado foi de 51% e a duração mediana de resposta  foi de 13,8 meses.

Os eventos adversas mais comuns (≥ 30%) incluíram: rash cutâneo, alterações na cor do cabelo, fadiga, infecção viral, vômito, cefaleia, hemorragia, febre, pele seca, constipação, náusea, dermatite acneiforme e infecção do trato respiratório superior. As anormalidades laboratoriais de graus ≥ 3 mais frequentes foram: hipofosfatemia, anemia, elevação da creatinina fosfoquinase, elevação de transaminases, hipoalbuminemia, linfopenia, leucopenia, hipopotassemia e hiponatremia.

A dose recomendada de tovorafenibe é de 380 mg/m², via oral, uma vez por semana (até o máximo de 600 mg por semana), com ou sem alimentos, até progressão de doença ou toxicidade limitante. Tovorafenibe está disponível em comprimidos de liberação imediata ou como suspensão oral. Ainda não foi estabelecida dosagem para pacientes com medida de superfície corpórea < 0,3 m².

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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