Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Novo inibidor de PARP aprovado para o tratamento do câncer de ovário nos EUA

Os inibidores da PARP (poli ADP-ribose polimerase) são consolidados como uma importante opção terapêutica para o tratamento do câncer de ovário avançado. Em 23 de outubro de 2019, niraparibe recebeu aprovação pelo FDA (Food and Drug Administration) para o tratamento de pacientes com câncer de ovário, tubas uterinas ou peritônio avançado com presença de deficiência de recombinação homóloga (definida como mutação de BRCA ou escore de instabilidade genômica ≥ 42 através da plataforma Myriad mychoice CDx), aumentando as opções de drogas dessa classe no cenário americano.

O tratamento com niraparibe foi avaliado em 98 pacientes portadoras de deficiência de recombinação homóloga com câncer de ovário avançado e exposição prévia a ≥ 3 linhas de quimioterapia incluídas no estudo de fase II QUADRA. Para as pacientes sem mutação de BRCA (n=35), era necessário status de sensibilidade a platina, ou seja, progressão de doença em ≥ 6 meses após receberem a última dose de quimioterapia contendo platina. A taxa de resposta com o uso de niraparibe nas 98 pacientes incluídas nesta análise foi de 24%, e o benefício teve uma duração mediana de 8,3 meses. Quando avaliadas apenas as pacientes com mutação de BRCA, a taxa de resposta foi de 39% naquelas com doença platino-sensível, 29% naquelas platino-resistentes, e 19% dentre as platino-refratárias.

Na análise de segurança, 73% das pacientes necessitaram redução de dose ou suspensão do tratamento em decorrência de eventos adversos, sendo os mais comuns: plaquetopenia (40%), anemia (21%), neutropenia (11%), náusea (13%), vômitos (11%), fadiga (9%) e dor abdominal (5%).

Conforme comenta a Dra. Juliana Martins Pimenta, oncologista da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo, “o uso de inibidores da PARP no tratamento do câncer de ovário tem evidenciado grande efetividade no tratamento dessa doença. Estudos recentes têm sugerido benefício não apenas nas pacientes com mutação de BRCA, mas também em um grupo maior de pacientes com deficiência de recombinação homóloga. Na ESMO 2019 tivemos grande destaque na apresentação de estudos confirmando benefício dessa classe de medicações, incluindo o estudo PRIMA, com niraparibe em linha mais precoce. No Brasil já temos a aprovação do olaparibe, outra medicação dessa classe, para o tratamento do câncer de ovário no cenário de primeira linha em pacientes com mutação de BRCA, assim como na doença recorrente platino-sensível”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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