Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Ovário

CÂNCER DE OVÁRIO – Trabectedina + doxorrubicina lipossomal peguilada em recidiva de câncer de ovário

Estudo de fase III avaliou a adição da trabectedina à doxorrubicina lipossomal peguilada no tratamento de pacientes com neoplasia de ovário recorrente.

Take-home message:
A doxorrubicina lipossomal peguilada quando combinada à trabectedina, oferece ganho em sobrevida livre de progressão (SLP) e taxa de resposta (TR), quando comparada ao tratamento com doxorrubicina peguilada isolada. É importante destacar que esse ganho não ocorreu em pacientes com doença resistente à platina.

Fase do Estudo:
Fase III

Objetivo:
Comparar a eficácia e a segurança do uso da trabectedina combinada à doxorrubicina lipossomal peguilada (DLP) versus DLP isolada no tratamento de paciente com câncer de ovário recorrente após falha no tratamento quimioterápico em primeira linha com cisplatina.

População/casuística:
Estudo randomizado com 612 pacientes com neoplasia de ovário que apresentavam doença sensível ou resistente à platina. O endpoint primário do estudo foi a SLP.

Desenho do estudo/intervenção:
Um total de 612 pacientes foram randomizadas para receber doxorrubicina lipossomal peguilada isolada (n=335) versus DLP combinada à trabectedina (n=337). A média de SLP foi de 7,3 meses no braço combinado versus 5,8 meses com DLP (HR=0,79; p=0,190). Nas pacientes platino sensíveis, a SLP foi de 9,2 meses versus 7,5 meses, respectivamente (HR=0,73; p= 0,017).

Resultados:
Taxa de resposta global (TRG) foi de 27,6% para tratamento com trabectedina + DLP versus 18,8% para DLP isolada. Para pacientes platino sensíveis, a TRG foi de 35,3 versus 22,6% (p=0,042), respectivamente. Entre os efeitos colaterias, a neutropenia foi mais comum no grupo com trabectedina. Elevação de transaminases, grau 3 e 4 também foram mais evidentes nos pacientes que fizeram uso do tratamento combinado, porém, o aumento foi transitório e não cumulativo. Síndrome mão-pé e mucosite foram menos freqüentes com uso combinado da trabectedina.

O estudo em perspectiva:
O estudo demonstrou que o tratamento combinado de trabectedina com doxorrubicina lipossomal peguilada oferece benefício em termos de SLP de 9,2 meses versus 7,5 meses com DLP isolada (HR=0,73 p=0,017). O tratamento combinado também foi benéfico em relação à taxa de resposta (35,3 versus 22,6; p=0,0042) em pacientes sensíveis à platina.

Referência:
Monk BJ, Herzog TJ, Kaye SB, et al. Trabectedin plus pegylated liposomal Doxorubicin in recurrent ovarian cancer. J Clin Oncol 2010;28(19):3107-14.

Carina Abrahão
(Médica Residente de Oncologia do Hospital São Jose – Beneficência Portuguesa de São Paulo)

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