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Imunoterapia aprovada para câncer de colo uterino nos Estados Unidos
A agência regulatória norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou no último dia 12 de junho de 2018 o uso do anticorpo monoclonal anti-PD1 pembrolizumabe para o tratamento do câncer de colo uterino recorrente ou metastático com expressão de PD-L1 após progressão à quimioterapia baseada em platina.
A aprovação baseia-se no estudo fase II de braço único Keynote-158. Trata-se de um estudo aberto, multicêntrico, que avaliou o tratamento de diversos tumores avançados com o uso de pembrolizumabe após progressão à quimioterapia padrão, sendo incluídas 98 pacientes com carcinoma de colo uterino avançado previamente tratadas com ao menos uma linha de quimioterapia para doença metastática.
Os dados atualizados apresentados no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2018) demonstram com um seguimento mediano de 10,3 meses que o uso de pembrolizumabe promoveu uma taxa de resposta de 16% nas pacientes portadoras de câncer de colo uterino com expressão de PD-L1 ≥1% através do escore utilizado pelo teste diagnóstico associado ao estudo. Apesar da baixa taxa de resposta, o tratamento mostrou resposta duradoura, e em 69% das pacientes que apresentaram algum grau de resposta a taxa foi superior a 9 meses. Os dados de segurança foram semelhantes aos demonstrados com o uso da medicação em outras indicações.
Segundo a Dra. Juliana Pimenta, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “trata-se de uma doença associada à grande morbidade, com alta incidência no Brasil e que afeta mulheres jovens. As opções terapêuticas são limitadas após progressão a primeira linha baseada na associação de quimioterapia e bevacizumabe, com taxas de resposta muito baixas especialmente em áreas previamente irradiadas. Aguardamos a futura aprovação de imunoterápicos para essa indicação em nosso país, onde o custo é um fator limitante para o uso da medicação, mas a alta incidência dessa neoplasia reforça a necessidade de novas opções terapêuticas.”
Ainda de acordo com a Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “a imunoterapia parece ser uma estratégia promissora no tratamento do câncer de colo uterino metastático, podendo levar a respostas duradouras. Outros estudos para o tratamento da doença metastática com anti-CTLA-4, vacinas, TILs, novos anti-PD-L1 e novas drogas imunomodulatórias estão em andamento e seus resultados poderão mostrar futuras opções de tratamento”.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida.