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Bevacizumabe no câncer de colo de útero
A adição do bevacizumabe à quimioterapia (QT) melhorou significativamente a sobrevida global (SG).
Recente estudo apresentado na ASCO 2013 e publicado hoje no NEJM, avaliou a eficácia do bevacizumabe em combinação com QT. O estudo envolveu 452 pacientes com câncer de cérvice metastático, os esquemas de QT incluíram cisplatina, 50 mg/m² com paclitaxel, 135-175 mg/m², no D1 ou topotecano, 0,75 mg/m², no D1 ao D3 com paclitaxel, 175 mg/m², no D1, a cada 3 semanas. A maioria dos pacientes apresentavam doença recorrente (72%) e haviam recebido QT e radioterapia à base de platina (> 70 %).
Após um acompanhamento mediano de 20,8 meses, o braço que recebeu bevacizumabe e QT resultou em aumento da SG (desfecho primário) em comparação aos pacientes que receberam apenas QT (17,0 versus 13,3 meses; HR=0,71; p=0,004). A taxa de resposta também foi maior nos pacientes que receberam bevacizumabe (48 versus 36%; p=0,008).
Apesar do bevacizumabe ter sido associado a maior taxa de sangramento grau 3 ou 4 (5 versus 1%), trombose/embolia (9 versus 2%) e fístula de trato gastrointestinal (3 versus 0%), a adição do bevacizumabe não foi associado com piora na qualidade de vida.
A adição de bevazicumabe à QT em câncer de cervix metastático é agora um novo padrão. A aprovação no Brasil de bevacizumabe para está indicação está ainda pendente.
Referências:
Tewari KS, Sill MW, Longet HJ, et al. Improved survival with bevacizumab in advanced cervical cancer. N Engl J Med 2014; 370:734-743.
Antônio Carlos Buzaid
(Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo)
Raphael Brandão Moreira
(Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo)