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Formulação subcutânea de nivolumabe é aprovada pelo FDA para múltiplas indicações oncológicas
Em 27 de dezembro de 2024, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou a formulação de administração subcutânea (SC) de nivolumabe com hialuronidase para as indicações já aprovadas do imunoterápico em pacientes adultos, incluindo: monoterapia, manutenção após combinação com ipilimumabe ou em combinação com quimioterapia ou cabozantinibe, abrangendo uma ampla gama de tumores sólidos, como carcinoma de células renais, melanoma, carcinoma de pulmão de células não pequenas, câncer de cabeça e pescoço, carcinoma urotelial, câncer colorretal, carcinoma hepatocelular, câncer de esôfago, câncer gástrico e câncer da junção gastroesofágica.
Esta formulação subcutânea foi avaliada no estudo CHECKMATE-67T, que incluiu 495 pacientes com carcinoma de células renais claras avançado ou metastático, previamente tratados com até duas linhas sistêmicas e randomizados para receber nivolumabe SC ou nivolumabe por via intravenosa. Um total de 495 pacientes foram randomizados para receber nivolumabe SC (n=248) ou nivolumabe intravenoso (n=247). A idade mediana era 65 anos, com 51% ≥ 65 anos de idade e 14% ≥75 anos de idade. Cinquenta e sete por cento dos pacientes pesavam menos de 80 kg e 43% pesavam ≥ 80 kg. A distribuição dos pacientes pelas categorias de risco IMDC foi de 21% favorável, 62% intermediário e 17% desfavorável.
O estudo atingiu o objetivo primário de demonstrar exposição comparável ao nivolumabe administrado por via subcutânea em relação à via intravenosa, atendendo às margens pré-definidas para parâmetros farmacocinéticos. A taxa de resposta objetiva, desfecho secundário, foi de 24% no braço subcutâneo e 18% no braço intravenoso. O perfil de segurança foi semelhante entre os grupos, com os eventos adversos mais comuns (≥ 10%) incluindo: fadiga, dor musculoesquelética, prurido, rash e tosse.
A dosagem recomendada varia conforme a indicação específica, sendo 600 mg de nivolumabe a cada 2 semanas, 900 mg de nivolumabe a cada 3 semanas, ou 1.200 mg de nivolumabe a cada 4 semanas, até progressão da doença ou toxicidade limitante.
A revisão foi conduzida no âmbito do Projeto Orbis, uma iniciativa do FDA que promove a submissão simultânea e a revisão colaborativa de medicamentos oncológicos entre parceiros internacionais. Para este caso, o FDA colaborou com a agência canadense e o Ministério da Saúde de Israel. Revisões adicionais seguem em andamento em outras agências regulatórias.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida