Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Combinação de lenvatinibe e pembrolizumabe é aprovada para o tratamento do carcinoma de células renais nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 10 de agosto de 2021 a combinação do inibidor de tirosina quinase lenvatinibe com o imunoterápico pembrolizumabe para o tratamento de primeira linha do carcinoma de células renais avançado.

O combo foi aprovado baseado nos dados do estudo de fase III CLEAR, que randomizou 1.069 pacientes entre três diferentes braços: lenvatinibe e pembrolizumabe, lenvatinibe e everolimus ou sunitinibe. O objetivo primário do estudo foi a avaliação da sobrevida livre de progressão. Aproximadamente um terço dos pacientes incluídos no estudo apresentavam doença de risco favorável.

Na comparação entre os braços lenvatinibe e pembrolizumabe versus sunitinibe, o tratamento combinado demonstrou benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,39; IC de 95%: 0,32-0,49; p<0,0001) e sobrevida global (HR=0,66; IC de 95%: 0,49-0,88; p=0,0049). A taxa de resposta ao combo foi superior (71% versus 36%), bem como a taxa de respostas completas (16% versus 4%). Destaca-se que apenas 5,4% dos pacientes tratados com pembrolizumabe e lenvatinibe apresentaram progressão de doença como melhor resposta ao tratamento. Na avaliação de segurança, os eventos adversos mais comuns foram fadiga, diarreia, dor musculoesquelética, hipotireoidismo e hipertensão arterial. Destaca-se que cerca de 5% dos pacientes do estudo CLEAR apresentaram eventos trombóticos arteriais, incluindo infarto do miocárdio (3,4%) e acidente vascular cerebral (2,3%).

O Dr. Daniel Vargas, oncologista do grupo Oncoclínicas de Brasília-DF, comenta “o tratamento de primeira linha do carcinoma de células renais avançado apresentou um grande avanço nos últimos anos. As estratégias de combinações de drogas, seja através do uso de anti-PD-1 e anti-CTLA-4 ou através de um anti-PD-1 com um inibidor de tirosina quinase do VEGF, representam hoje o tratamento padrão-ouro neste cenário, devido ao benefício consistente em sobrevida global demonstrado nos diferentes estudos, além da importante atividade dos tratamentos, com taxas de resposta e duração de resposta elevadas. Por outro lado, não há uma clara superioridade de um regime sobre o outro quando comparamos indiretamente os estudos, ainda que esta análise comparativa não seja recomendável. Desta maneira, cabe ao médico selecionar o tratamento que julgar mais apropriado a cada paciente. A aprovação da combinação de lenvatinibe e pembrolizumabe amplia ainda mais as opções neste cenário, e esperamos que também seja aprovada no Brasil em breve.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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