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ANVISA aprova terapia agnóstica para tumores relacionados à síndrome de von Hippel-Lindau
Em 17 de abril de 2023, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso do inibidor do fator induzível por hipóxia 2 alfa (HIF-2α) belzutifano para o tratamento de pacientes portadores de neoplasias associadas com a doença de von Hippel-Lindau (VHL), como o carcinoma de células renais, hemangioblastomas de sistema nervoso central (SNC) e tumores neuroendócrinos pancreáticos (pNET). A doença de VHL é uma patologia hereditária autossômica dominante, podendo se apresentar através de mais de 1.500 diferentes mutações no gene VHL. Pacientes portadores desta doença possuem um risco estimado em até cerca de 70% de desenvolverem um carcinoma de células renais aos 60 anos.
A aprovação foi baseada nos dados do estudo LITESPARK-004, ainda em andamento, através da análise do uso de belzutifano no tratamento de 61 pacientes portadores de carcinoma de células renais associado ao VHL. Dentre os critérios de seleção do estudo, foi permitida a inclusão de pacientes com outras neoplasias associadas ao VHL, sendo que 61 pacientes apresentavam lesões pancreáticas, 50 apresentavam hemangioblastomas e 22 tumores neuroendócrinos pancreáticos. A idade mediana da população foi 41 anos, sendo 3,3% com idade ≥ 65 anos.
A taxa de resposta a belzutifano nos carcinomas de células renais foi de 49,2%, com duração de resposta ≥ 9 meses em 100% dos pacientes. O tempo para a resposta mediana foi de 8 meses. Nos pacientes com outros tumores associados a VHL, a taxa de resposta foi de 30% no hemangioblastoma de SNC (n=50) e 90,9% dentre aqueles com pNET (n=22). A duração de resposta foi ≥ 12 meses em 100% ambos os pacientes portadores hemangioblastoma de SNC e pNET. Na avaliação de segurança, os eventos adversos mais frequentes com o uso de belzutifan foram: anemia, fadiga, elevação de creatinina sérica, cefaleia, tontura, hiperglicemia e náuseas. Durante o tratamento com belzutifan podem ocorrer anemia e hipóxia graves, sendo que 90% dos pacientes apresentaram algum grau de anemia, com 7% deles apresentando esta toxicidade em grau ≥ 3.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida