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Eventos cardiovasculares associados a agonistas e antagonistas do LHRH
Cerca de três quartos dos casos de câncer de próstata no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, por isso, é considerado um câncer da terceira idade, que acomete pacientes com diversas comorbidades, principalmente cardiovasculares. Dessa maneira, a utilização do bloqueio hormonal no tratamento dos pacientes com câncer de próstata deve levar em consideração tal perfil.
Quanto ao perfil de eventos adversos, os agonista de LHRH aumentam o risco de doença cardiovascular.
Uma recente metanálise1 apresentada na ASCO 2013 e publicada este ano no European Urology envolveu 2.328 pacientes provenientes de seis estudos randomizados e comparou a incidência de eventos cardiovasculares ou óbito em pacientes tratados com agonista LHRH versus degarelix (antagonista LHRH) por mais de 1 ano.
Os resultados encontrados demonstram que os pacientes tratados com degarelix apresentaram redução estatisticamente significativa de eventos cardiovasculares (2,7 versus 4,4%; HR=0,597; IC de 95%: 0,38-0,93).
Os dados apresentados por esta metanálise sugerem que no tratamento dos pacientes com fatores de risco para eventos cardiovasculares devemos dar preferência ao degarelix.
Referência:
1. Albertsen PC, Klotz L, Tombal B, et al. Cardiovascular morbidity associated with gonadotropin releasing hormone agonists and an antagonist. Eur Urol 2014;65(3):565-73.
Antônio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo
Raphael Brandão Moreira
Médico Residente de Oncologia do Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo.