Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Apalutamida aprovada como nova opção de tratamento do câncer de próstata metastático sensível a castração

O tratamento do câncer de próstata metastático sensível a terapia de supressão androgênica vem passando por importantes modificações nos últimos 5 anos. Desde a inclusão precoce do uso de quimioterapia até a adição de um bloqueio hormonal mais potente, diferentes estratégias têm demonstrado benefício para esses pacientes com doença avançada. A aprovação do tratamento com apalutamida para pacientes com câncer de próstata metastático sensível a castração, anunciada pelo FDA (Food and Drug Administration) em 17 de setembro de 2019 aumenta as opções terapêuticas nesse cenário.

A nova indicação de uso anunciada foi avaliada no estudo de fase III TITAN, que randomizou 525 pacientes para receberem apalutamida ou placebo associados a terapia de supressão androgênica como tratamento de primeira linha do câncer de próstata metastático sensível a castração. Com um seguimento mediano de 22,7 meses, o uso de apalutamida foi associado a benefício em sobrevida livre de progressão radiográfica (HR=0,48; IC de 95%: 0,39-0,60; p<0,001), além de uma redução de 33% no risco relativo de morte (HR=0,67; IC de 95%: 0,51-0,89; p=0,005), ambos objetivos principais do estudo, quando comparados a terapia de supressão androgênica isolada. A taxa de eventos adversos de graus igual ou superior a 3 foi semelhante entre os dois grupos (42,2% com apalutamida e 40,8% com placebo), destacando-se hipertensão, rash e fadiga os eventos mais comuns associados ao tratamento com apalutamida.

Previamente, o tratamento com apalutamida já possuía aprovação nos Estados Unidos para o tratamento da doença não-metastática resistente a castração desde fevereiro de 2018, baseada no estudo SPARTAN.

Para os pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração, o tratamento com abiraterona já era aprovado para pacientes considerados de alto risco baseados no escore de Gleason e no número de metástases ósseas. Possuíamos também aprovado o tratamento com o quimioterápico docetaxel em pacientes com alto volume de doença. Agora, nos EUA, o FDA aprovou mais uma opção de tratamento com o uso de apalutamida, baseado no estudo TITAN, contemplando pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração, incluindo aqueles de alto e de baixo risco. Na prática, a abiraterona também já era utilizada em alguns pacientes de risco baixo, e inclusive em pacientes sem doença metastática porém com muito alto risco de acordo com os critérios do STAMPEDE (Gleason 8-10, PSA > 40 e ≥ T3). Importante também lembrar que a medicação enzalutamida deve receber aprovação em breve no cenário metastático sensível à castração baseada no resultado de dois diferentes estudos (ARCHES e ENZAMET), ambos positivos. Portanto, neste cenário poderemos contar futuramente com diversas opções de tratamento no nosso armamentário e quem ganha são os pacientes”, comenta do Dr. Fabio Schutz, oncologista da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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