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Combinação de nivolumabe com quimioterapia baseada em cisplatina é aprovada para o tratamento do câncer de bexiga avançado
O regime combinado de nivolumabe e quimioterapia com cisplatina e gencitabina recebeu aprovação para o tratamento de primeira linha de pacientes com carcinoma urotelial irressecável ou metastático na última semana tanto pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quanto pelo FDA (Food and Drug Administration).
Os dados que embasaram as aprovações derivam do estudo de fase III CHECKMATE-901, que randomizou 608 pacientes com carcinoma urotelial metastático ou irressecável sem tratamento sistêmico prévio neste cenário para receber nivolumabe em combinação com cisplatina e gencitabina (até 6 ciclos), seguido de nivolumabe monoterapia por até dois anos, ou apenas cisplatina e gencitabina (até 6 ciclos). Em ambos os braços, foi permitida a modificação para carboplatina em caso de necessidade de descontinuação da cisplatina. Dentre os pacientes incluídos, a idade mediana foi 65 anos, cerca de três quartos apresentavam tumores primários de bexiga, aproximadamente metade possuíam histologia urotelial pura, 87% possuíam doença metastática e cerca de 20% se apresentavam com metástases hepáticas.
A combinação de nivolumabe com cisplatina e gencitabina demonstrou benefício em sobrevida global (HR=0,78; IC de 95%: 0,63-0,96; p=0,0171), com medianas de 21,7 versus 18,9 meses. A sobrevida livre de progressão também foi estatisticamente superior em favor do combo (HR=0,72; IC de 95%: 0,59-0,88; p=0,0012), com medianas de 7,9 versus 7,6 meses. A taxa de resposta foi 57,6% e 43,1% com os regimes de combinação e de quimioterapia, respectivamente. Os eventos adversos mais comuns (≥ 15%) em pacientes recebendo nivolumabe com quimioterapia dupla de platina foram: náuseas, fadiga, dor musculoesquelética, constipação, diminuição do apetite, erupção cutânea, vômito, neuropatia periférica, infecção do trato urinário, diarreia, edema, hipotireoidismo e prurido.
Merece destaque a dose recomendada de nivolumabe para esta indicação: são 360 mg a cada 3 semanas em combinação com cisplatina e gencitabina a cada 3 semanas por até 6 ciclos, seguido por 240 mg a cada 2 semanas (ou 480 mg a cada 4 semanas) como monoterapia até a progressão da doença, toxicidade limitante, ou conclusão de 2 anos de tratamento desde a primeira dose.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida