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Imunoterapia recebe aprovação para o tratamento do colangiocarcinoma avançado nos EUA
O FDA (Food and Drug Administration) anunciou em 02 de setembro de 2022 a aprovação de durvalumabe em associação a gencitabina e cisplatina no tratamento de pacientes com tumores de vias biliares localmente avançados ou metastáticos.
Essa combinação foi avaliada no estudo de fase III TOPAZ-1, que randomizou 685 pacientes com carcinoma de vias biliares localmente avançado ou metastático sem tratamento sistêmico prévio nesse cenário entre durvalumabe ou placebo combinados a gencitabina e cisplatina. Foi permitida a inclusão de pacientes com doença recidivada após cirurgia e tratamento adjuvante desde que o intervalo entre o término da adjuvância e a recorrência de doença fosse superior a 6 meses. Dentre os pacientes incluídos, 50% eram do sexo masculino, 47% possuíam idade ≥ 65 anos, o sítio primário era colangiocarcinoma intra-hepático em 56%, colangiocarcinoma extra-hepático em 18% e carcinoma de vesícula biliar em 25% deles, 20% apresentavam doença recidivada e 86% possuíam doença metastática.
Como resultados, a combinação de durvalumabe ao regime quimioterápico reduziu em 20% o risco de morte (HR=0,80; IC de 95%: 0,66-0,97; p=0,021), com medianas de 11,5 versus 12,8 meses, além de demonstrar também benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,75; IC de 95%: 0,63-0,89; p=0,001) e maior taxa de resposta (27% versus 19%). A taxa de eventos adversos sérios no braço que recebeu tratamento combinado foi de 47%, com 6% de descontinuações em decorrência de eventos adversos. Os eventos adversos sérios que ocorreram em maior frequência foram colangite (7%), febre (3,8%), anemia (3,6%), sepse (3,3%) e insuficiência renal aguda (2,4%). Os eventos adversos mais frequentes em qualquer grau foram: fadiga, náuseas, constipação, redução do apetite, dor abdominal, rash cutâneo e febre.
O Dr. Fabio Kater, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destaca que “apesar do ganho absoluto pequeno de sobrevida, as curvas se separam no momento da interrupção do tratamento no braço controle e a manutenção de durvalumabe no grupo experimental, traduzindo em uma taxa de sobrevida em 2 anos de 25% no braço de durvalumabe e 10% no braço controle. Como pontos fortes do estudo, temos aumento da taxa de resposta, com ganho de sobrevida global e toxicidade aceitável em uma população de vida real. A crítica reside na interrupção de todo tratamento após 8 ciclos de quimioterapia padrão frente a uma doença de prognóstico adverso”.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida