Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Gastrintestinal

Pembrolizumabe recebe aprovação definitiva do FDA para câncer gástrico HER-2 positivo com expressão de PD-L1

Em 19 de março de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação definitiva ao uso de pembrolizumabe em combinação com trastuzumabe e quimioterapia à base de fluoropirimidina e platina como tratamento de primeira linha para pacientes adultos com adenocarcinoma gástrico ou da junção gastroesofágica (JGE) localmente avançado irressecável ou metastático, HER-2 positivo e com expressão de PD-L1 (CPS ≥ 1). A indicação já havia recebido aprovação acelerada em maio de 2021 com base em análise interina dos dados do estudo KEYNOTE-811, cujos resultados definitivos agora sustentam a aprovação tradicional.

No estudo KEYNOTE-811, foram avaliados 698 pacientes com adenocarcinoma gástrico ou de JGE avançado, HER-2 positivo, sem tratamento prévio para doença metastática. Desses, 594 (85%) apresentavam expressão de PD-L1 com CPS ≥ 1, avaliada por imuno-histoquímica utilizando o kit PD-L1 22C3. Os pacientes foram randomizados (1:1) para receber pembrolizumabe ou placebo, ambos combinados a trastuzumabe e quimioterapia (fluorouracil + cisplatina ou capecitabina + oxaliplatina). As características demográficas e clínicas desses 594 pacientes foram as seguintes: mediana de idade de 63 anos, sendo 43% com ≥ 65 anos e 80% do sexo masculino. Noventa e oito por cento apresentavam doença metastática, enquanto 2% tinham doença localmente avançada irressecável. Em relação à instabilidade de microssatélites (MSI), 95% (n=562) dos tumores eram não MSI-H, 1% (n=8) eram MSI-H e, em 4% (n=24), o status era desconhecido. O esquema quimioterápico CAPOX foi utilizado em 85% dos pacientes.

Na população com CPS ≥ 1, o uso de pembrolizumabe resultou em benefício estatisticamente significativo em sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) comparado ao placebo. A mediana de SLP foi de 10,9 meses no braço com pembrolizumabe versus 7,3 meses no braço controle (HR=0,72; IC de 95%: 0,60-0,87). A mediana de SG foi de 20,1 meses e 15,7 meses, respectivamente (HR=0,79; IC de 95%: 0,66-0,95). A taxa de resposta objetiva foi de 73% no braço pembrolizumabe versus 58% no grupo placebo. A duração mediana de resposta foi de 11,3 meses e 9,6 meses, respectivamente. Os eventos adversos observados foram consistentes com o perfil de segurança previamente estabelecido para pembrolizumabe.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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