Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Esôfago

Tratamento adjuvante com nivolumabe para o câncer de esôfago é aprovado nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 20 de maio de 2021 o uso do anticorpo monoclonal anti-PD-1 nivolumabe como tratamento adjuvante em pacientes portadores de câncer de esôfago ou da junção gastroesofágica (JGE) que apresentam doença residual após protocolo de quimioirradiação seguido de cirurgia, baseado nos dados do estudo de fase III CheckMate 577.

Trata-se do primeiro tratamento pós-operatório para câncer avançado do esôfago incorporado após o tratamento trimodal, isto é, quimioterapia associada a radioterapia seguidas por cirurgia”, comentou Dr. Lucas V. dos Santos, médico oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Neste estudo, 794 pacientes portadores de câncer gástrico ou da JGE submetidos a cirurgia de ressecção completa com margens negativas após protocolo de quimioterapia combinado a radioterapia foram randomizados em uma razão 2:1 entre nivolumabe ou placebo adjuvantes por 1 ano. Dentre a população incluída no estudo, cerca de 70% dos pacientes apresentavam doença de histologia adenocarcinoma, aproximadamente 15% apresentavam expressão de PDL-1 ≥ 1% e próximo de dois terços dos pacientes possuía doença residual em linfonodo (≥ypN1).

O tratamento adjuvante com nivolumabe resultou em redução de 31% no risco de recorrência de doença ou morte em comparação a placebo (HR=0,69; IC de 96,4%: 0,56-0,86; p<0,001), objetivo primário do estudo, com sobrevida livre de doença mediana de 22,4 versus 11,0 meses nos braços nivolumabe e placebo, respectivamente. O benefício em sobrevida livre de doença foi consistente entre as histologias escamosa (HR=0,61) e adenocarcinoma (HR=0,75), bem como naqueles com baixa ou alta expressão de PDL-1 (HR=0,73 e HR=75 para PDL-1 <1% e ≥1%, respectivamente). A sobrevida livre de metástases a distância, um objetivo exploratório do estudo, também favoreceu o braço que recebeu tratamento adjuvante com nivolumabe (HR=0,74; IC de 95%: 0,60-0,92). A taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 relacionados ao tratamento com nivolumabe foi de 13%, sendo fadiga, diarreia, prurido, rash e hipotireoidismo os eventos adversos mais comuns.

Precisamos de seguimento de longo prazo para verificar se estes resultados se traduzem em benefício de sobrevida global, mas os desfechos apresentados até o momento são muito animadores, pois indicam uma melhor perspectiva para esta população de prognóstico ruim”, completou Dr. Lucas.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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