Pembrolizumabe recebe nova indicação de tratamento para o câncer de esôfago avançado no Brasil

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou em 14 de setembro de 2020 a aprovação de pembrolizumabe para o tratamento de pacientes com câncer de esôfago avançado com expressão de PDL-1 pela pontuação positiva combinada (PPC) ≥ 10 após progressão a uma ou mais linhas de tratamento sistêmico, conforme o estudo de fase II KEYNOTE-180.

Nesse estudo, o tratamento com pembrolizumabe foi avaliado em 121 pacientes com câncer de esôfago avançado ou metastático previamente expostos a ≥ 2 linhas de tratamento sistêmico. Destaca-se que 12,3% dos pacientes incluídos haviam sido previamente expostos a três ou mais linhas de tratamento. A taxa de resposta objetiva, objetivo primário do estudo, foi de 9,9%, sendo 14,3% nos pacientes com tumores de histologia escamosa e 5,2% naqueles com adenocarcinoma. Entretanto, quando analisados os pacientes cujos tumores apresentavam expressão de PDL-1 PPC ≥ 10, a taxa de resposta foi 13,8%, com duração mediana de resposta ainda não atingida. A sobrevida livre de progressão mediana foi 2,0 meses, e a sobrevida global mediana 6,3 meses nos pacientes com expressão de PDL-1 positiva. Ressalta-se ainda que 35% dos pacientes desse subgrupo apresentaram sobrevida igual ou superior a 12 meses, resultados favoráveis considerando-se população previamente politratada. Os eventos adversos mais comuns com o uso de pembrolizumabe foram fadiga (10,7%), rash (7,4%), prurido (6,6%), hipotireoidismo (5,8%) e diarreia (5,0%). Eventos adversos relacionados ao tratamento de graus ≥ 3 ocorreram em 12,4% dos pacientes.

Previamente, o uso de pembrolizumabe era aprovado pela ANVISA apenas para o tratamento de segunda linha do câncer de esôfago avançado.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida