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Pembrolizumabe é aprovado para o tratamento de primeira linha do câncer de esôfago e JGE avançado nos EUA
O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 22 de março de 2021 o uso do anticorpo monoclonal anti-PD-1 pembrolizumabe em combinação a quimioterapia baseada em fluoropirimidina e platina para o tratamento de pacientes portadores de câncer de esôfago e da junção gastroesofágica (JGE) com doença metastática ou localmente avançada não candidatos a ressecção cirúrgica curativa ou protocolo de quimiorradioterapia definitiva.
A aprovação é baseada nos dados do estudo de fase III KEYNOTE-590, que randomizou 749 pacientes entre pembrolizumabe ou placebo combinados a quimioterapia com fluoropirimidina e platina. Aproximadamente três quartos da população avaliada possuíam tumores de histologia escamosa e cerca de metade dos pacientes possuía alta expressão de PDL-1 (CPS ≥ 10).
Na avaliação de todos os pacientes randomizados, a sobrevida global, um dos objetivos primários do estudo, alcançou medianas de 12,4 versus 9,8 meses para os braços pembrolizumabe e placebo, respectivamente, resultando em uma redução de 27% no risco de morte (HR=0,73; IC de 95%: 0,62-0,86; p<0,0001). A sobrevida livre de progressão, outro objetivo primário, também favoreceu o grupo que recebeu o anticorpo (HR=0,65; IC de 95%: 0,55-0,76; p<0,0001). A taxa de resposta foi 45% versus 29,3% para os braços pembrolizumabe e placebo, respectivamente. Na avaliação de segurança, a taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 com o imunoterápico foi 71,9%, destacando-se náusea, constipação, diarreia, vômito, estomatite, fadiga/astenia, redução do apetite e perda de peso como as toxicidades mais frequentes.
“Como o prognóstico do câncer de esôfago metastático ou irressecável é ruim, com mediana de sobrevida desanimadora, a aprovação de novas terapias na primeira linha deve ser comemorada pela comunidade médica e pelos pacientes”, afirma Dr. Ricardo Carvalho, oncologista clínico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“Embora a combinação de pembrolizumabe e quimioterapia tenha sido aprovada para a primeira linha do câncer de esôfago independentemente da histologia e do status de PDL-1, ainda existe uma dúvida se ela também é superior à quimioterapia isolada nos pacientes com tumores PDL-1 negativo”, conclui Dr. Ricardo.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida