Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Colorretal

Imunoterapia é aprovada para o tratamento de primeira linha do câncer colorretal com instabilidade de microssatélites nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 29 de junho de 2020 o uso de pembrolizumabe no tratamento de primeira linha do câncer colorretal metastático em pacientes com deficiência de mismatch repair ou instabilidade de microssatélites (dMMR/MSI-H).

A aprovação anunciada é baseada nos dados do estudo de fase III KEYNOTE-177 que randomizou 307 pacientes sem tratamento prévio entre pembrolizumabe ou quimioterapia à escolha do investigador (mFOLFOX6 ou FOLFIRI combinados ou não a bevacizumabe ou cetuximabe). Foi permitido o cross over do braço controle para o braço pembrolizumabe em caso de progressão, e o tratamento com o imunoterápico foi mantido por 35 ciclos na ausência de progressão ou toxicidade limitante. Os resultados do estudo foram apresentados na sessão plenária da ASCO 2020 com um período mediano de seguimento de 32,4 meses. O tratamento com pembrolizumabe foi associado a uma redução de 40% no risco de progressão de doença ou morte em comparação a quimioterapia, com medianas de 16,5 versus 8,2 meses (HR=0,60; IC de 95%: 0,45-0,80; p = 0,0002), um dos objetivos co-primários do estudo. Os dados de sobrevida global ainda são imaturos na presente análise. A taxa de resposta foi superior no braço pembrolizumabe (43,8% versus 33,1%; p = 0,0275), incluindo 11,1% dos pacientes com respostas completas. A duração mediana de resposta foi 10,6 meses no braço controle e não foi atingida no braço pembrolizumabe, entretanto 83% dos pacientes tratados com o anticorpo anti-PD-1 que apresentaram resposta mantiveram o benefício por ≥ 24 meses. A taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 foi inferior no braço pembrolizumabe (22% versus 66%), destacando-se diarreia, fadiga e náuseas como as toxicidades mais frequentes.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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