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Dica – Contraceptivo oral e risco de câncer de mama
Contraceptivos orais modernos podem aumentar o risco de câncer de mama, segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine em dezembro de 2017.
A posição dos oncologistas frente a esse resultado é o tema deste MOC-Dicas, com apresentação do Dr. Antonio Carlos Buzaid.
A associação entre o uso de contraceptivo oral e o aumento do risco de câncer de mama já foi tema de importantes estudos que usaram formulações antigas e confirmaram o aumento de recorrência da doença, o que provocou críticas dos especialistas na época, visto que o volume de hormônios presente nos medicamentos avaliados induzia o resultado. Em contraste a esses estudos, outro paper antigo com pacientes mais velhas não apresentou aumento de risco.
O paper discutido neste MOC-Dicas (Contemporary Hormonal contraception and the risk of breast câncer) é um estudo grande que não deixa dúvidas quanto ao aumento do risco da doença. Trata-se de um estudo recente que avaliou 1,8 milhões de mulheres com menos de 50 anos expostas a contraceptivos orais (CO) por 10,9 anos.
Dados do estudo mostraram que o grupo de pacientes que usava CO ou tinha usado recentemente versus pacientes que nunca haviam usado apresentou aumento de risco de câncer de mama em aproximadamente 20%. No entanto, o autor defende que esse dado não deve ser analisado de forma isolada e coloca em perspectiva aspectos positivos. Um deles é que em mulheres com menos de 40 anos, os benefícios ultrapassam os riscos. Outro ponto importante demonstrado é que o uso de CO resultou em redução do risco de câncer de ovário, endométrio e colorretal, ou seja, houve uma redução de risco de incidência de câncer como um todo.
A dica, portanto, é que, ao conversar com as pacientes sobre contraceptivos orais modernos, explicar que embora a atualização aumente um pouco o risco de câncer de mama, reduz outros tipos de câncer. O uso pelo menor tempo possível, especialmente em mulheres com menos de 40 anos é uma excelente maneira de contracepção. Já no caso de mulheres com mais de 40 anos, a sugestão é usar outro método de contracepção.