[ASCO 2015] PALOMA3: um estudo duplo-cego, de fase III de fulvestranto, com ou sem palbociclibe, em mulheres pré e pós-menopáusicas com câncer de mama metastático, receptores hormonais positivos, HER-2 negativo, que progrediu em terapia endócrina prévia

Apoio:

 

O estudo PALOMA3 avaliou a eficácia da palbociclibe (Palbo) e fulvestranto (F) em câncer da mama avançado endócrino-resistente. Nesta fase duplo-cego três mulheres do estudo com RH positivo HER-2 negativo metastático/avançado cujo câncer havia recidivado ou progredido em terapia endócrina prévia, foram randomizados 2:1 a palbociclibe, 125 mg/dia, por via oral durante 3 semanas seguidas por 1 semana off) e fulvestranto, 500 mg, por padrão de tratamento) ou placebo (PLB) e fulvestranto. Mulheres pré e peri-menopausa também receberam goserelina. Foi permitida uma linha anterior de quimioterapia para a doença metastática. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP). Os endpoints secundários incluíram a sobrevida global (SG), avaliação da resposta, os resultados relatados pelo paciente, a segurança e a tolerabilidade. A análise interina pré-planeada foi realizada após 195 eventos SLP por um comitê de monitoramento de dados independente.

Resultados:

• 521 pacientes foram randomizados, 347 para receber Palbo + F e 174 a PLB + F. As características basais foram bem equilibradas. A idade média foi de 57 e 56 anos, 79% eram pós-menopausa, 60% tinham doença visceral, e 79% foram sensíveis à terapia endócrina prévia. Terapia anterior incluiu quimioterapia para a doença avançada em 33% dos pacientes.
• No momento da análise interina do estudo atingiu o objetivo primário, SLP mediana foi de 9,2 meses para Palbo + F e 3,8 meses para PLB + F (HR=0,422; IC de 95%: 0,318-0,560; p<0,000001). Benefício consistente de palbociclibe foi visto em mulheres pré e pós-menopausa. Os efeitos adversos mais comuns Palbo + F contra PLB + F foram neutropenia (78,8 versus 3,5%), leucopenia (45,5 versus 4,1%) e fadiga (38,0 versus 26,7%). Neutropenia febril foi relatada em 0,6% pacientes em Palbo + F e 0,6% pacientes sobre PLB + F. A taxa de interrupção devido a acontecimentos adversos foi de 2,0% em palbociclibe e 1,7% em placebo.

Conclusões:
Palbociclibe combinado com fulvestranto melhorou sobrevivência livre de progressão no câncer de mama avançado com receptores hormonais positivos que tinham progredido na terapia endócrina prévia, e pode ser considerado como uma opção de tratamento para estes pacientes.

Referência:
Nicholas C. Turner, Jungsil Ro, Fabrice Andre, et al. PALOMA3: A double-blind, phase III trial of fulvestrant with or without palbociclib in pre- and post-menopausal women with hormone receptor-positive, HER2-negative metastatic breast cancer that progressed on prior endocrine therapy. J Clin Oncol 33:abstr LBA502, 2015.

Equipe MOC na ASCO