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Atualização em câncer de pâncreas
Dra. Renata D’Alpino comenta estudo europeu sobre pâncreas apresentado na ASCO 2016
“Apesar de o aumento parecer modesto, a taxa de sobrevida global aos 5 anos subiu de 16,3% para
28,8% no grupo que recebeu gencitabina e capecitabina”, explica a Dra. Renata D’Alpino, que segue
acrescentando “estes achados representam um importante marco na história do adenocarcinoma de
pâncreas, visto que pela primeira vez pudemos observar chances de os pacientes estarem vivos em 5
anos próximas a 30% com quimioterapia adjuvante após cirurgia”.
Durante a ASCO 2016, em sessão oral, foi apresentado pelo Dr. Neoptolemos um importante estudo
europeu chamado ESPAC-4.
O estudo randomizou 732 pacientes com adenocarcinoma de pâncreas que haviam sido submetidos
à cirurgia para receberem gencitabina isolada por 6 meses (considerada padrão até a apresentação
do estudo) versus gencitabina em combinação à capecitabina também por 6 meses.
A sobrevida global mediana aumentou de 25,5 meses com gencitabina isolada para 28,0 meses com
a adição de capecitabina (HR 0,8, p=0,032).
Outro aspecto do ESPAC-4 citado pela Dra. Renata D’Alpino e avaliado como interessante é que a
maioria dos pacientes tinha fatores de mau prognóstico (margens positivas e/ou linfonodos
positivos), o que, segundo a Dra. D’Alpino, reflete a nossa prática clínica diária. “Além disso, a
combinação foi relativamente bem tolerada, com um pouco mais de neutropenia, diarréia e
síndrome mão-pé, porém com mesmas taxas de eventos adversos graves quando comparado à
gencitabina isolada. Portanto, o ESPAC-4 trouxe uma mudança no tratamento adjuvante dos
pacientes com adenocarcinoma de pâncreas, sendo que o novo padrão é a combinação de
gencitabina e capecitabina, algo que já temos implementado na prática”, conclui a Dra. Renata
D’Alpino.
Veja o capítulo 11, Pâncreas Exócrino, com as atualizações após a ASCO 2016.