Continue sua leitura
VOLUME 13 ● NÚMERO 23
APROVAÇÃO DE PEMBROLIZUMABE ADJUVANTE EM PACIENTES COM MELANOMA ESTÁDIO II DE RISCO ALTO – ESTUDO KEYNOTE-716
Dados da população brasileira apontam que aproximadamente um quinto dos pacientes com melanoma diagnosticados no país se apresentam com doença em estádio II,1 o que pode ser traduzido como um risco estimado de recidiva de até 46%.2 Sem dúvidas, o manejo dessa doença em um grupo multidisciplinar se traduz em uma melhor estratificação de risco e melhor seleção terapêutica, uma vez que o status do linfonodo sentinela é apontado como um dos principais fatores prognósticos associados à sobrevida livre de recorrência no melanoma estádios IIB/IIC operados.3,4
A recente aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso de pembrolizumabe como tratamento adjuvante em pacientes com melanoma estádio II é baseada nos dados do estudo KEYNOTE-716, que randomizou 976 pacientes com melanoma cutâneo estádios IIB e IIC entre tratamento adjuvante com pembrolizumabe ou placebo administrados por 1 ano.5,6 Dados atualizados desse estudo foram apresentados no congresso anual da ASCO (American Society of Clinical Oncology) de 2022, demonstrando redução de 36% no risco de metástases a distância ou morte (HR=0,64; IC de 95%: 0,47-0,88; p=0,0029), além de benefício em sobrevida livre de recidiva (HR=0,64; IC de 95%: 0,50-0,84) em favor do braço tratado com o imunoterápico.6 A segurança do tratamento foi consistente com o uso de pembrolizumabe em outros cenários, sem novos eventos adversos apresentados.
A Dra. Veridiana Pires de Camargo, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresenta neste Vídeo-MOC os dados completos e atualizados do estudo KEYNOTE-716, que levou à aprovação de pembrolizumabe para o tratamento adjuvante do melanoma estádio II pela ANVISA. Ao final da apresentação, ocorre uma discussão sobre o manejo multidisciplinar dessa doença, com participação do Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC, e o Dr. Eduardo Bertolli, cirurgião oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Apoio:
Referências:
- de Melo AC, Wainstein AJA, Buzaid AC, Thuler LCS. Melanoma signature in Brazil: epidemiology, incidence, mortality, and trend lessons from a continental mixed population country in the past 15 years. Melanoma Res. 2018;28(6):629-636. doi:10.1097/CMR.0000000000000511
- Lee AY, Droppelmann N, Panageas KS, et al. Patterns and Timing of Initial Relapse in Pathologic Stage II Melanoma Patients. Ann Surg Oncol. 2017;24(4):939-946. doi:10.1245/S10434-016-5642-0
- Gershenwald JE, Scolyer RA, Hess KR, et al. Melanoma staging: Evidence-based changes in the American Joint Committee on Cancer eighth edition cancer staging manual. CA Cancer J Clin. 2017;67(6):472-492. doi:10.3322/CAAC.21409
- Fonseca IB, Lindote MVN, Monteiro MR, et al. Sentinel Node Status is the Most Important Prognostic Information for Clinical Stage IIB and IIC Melanoma Patients. Ann Surg Oncol. 2020;27(11):4133-4140. doi:10.1245/S10434-020-08959-9
- Luke JJ, Rutkowski P, Queirolo P, et al. Pembrolizumab versus placebo as adjuvant therapy in completely resected stage IIB or IIC melanoma (KEYNOTE-716): a randomised, double-blind, phase 3 trial. Lancet. 2022;399(10336):1718-1729. doi:10.1016/S0140-6736(22)00562-1
- Long G v., Luke JJ, Khattak M, et al. Distant metastasis-free survival with pembrolizumab versus placebo as adjuvant therapy in stage IIB or IIC melanoma: The phase 3 KEYNOTE-716 study. https://doi.org/101200/JCO20224017_supplLBA9500. 2022;40(17_suppl):LBA9500-LBA9500. doi:10.1200/JCO.2022.40.17_SUPPL.LBA9500