Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Regime combinado de nivolumabe, ipilimumabe e quimioterapia é aprovado para o tratamento do câncer de pulmão avançado no Brasil

Diferentes estratégias utilizando imunoterápicos, sejam isolados ou em combinação, são hoje adotadas como parte do tratamento padrão do câncer de pulmão avançado em diferentes cenários, baseado no benefício consistente demonstrado em diferentes estudos quando comparado ao uso de quimioterapia. Aumentando estas opções terapêuticas no cenário nacional, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 06 de setembro de 2021 o regime combinado de quimioterapia administrada por 2 ciclos em associação aos imunoterápicos nivolumabe e ipilimumabe para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão avançado, conforme os resultados do estudo de fase III CheckMate 9LA.

Neste estudo, 719 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas cujos tumores não apresentavam alterações nos genes EGFR ou ALK foram randomizados para receberem dois ciclos de quimioterapia baseada em platina (cisplatina ou carboplatina combinadas a paclitaxel ou pemetrexede) associada a nivolumabe e ipilimumabe ou então o regime padrão de quimioterapia baseada em platina por quatro ciclos. As doses de tratamento no braço experimental foram nivolumabe 360 mg a cada 3 semanas associado a ipilimumabe 1 mg/kg a cada 6 semanas, ambos administrados por 2 anos na ausência de progressão de doença. Os pacientes do braço controle eram elegíveis para tratamento de manutenção com pemetrexede. Aproximadamente um terço dos pacientes incluídos no estudo apresentavam tumores de histologia escamosa, mais da metade da população (57%) apresentava expressão de PDL-1 ≥ 1%, e 17% dos pacientes apresentavam metástases no sistema nervoso central.

Na ASCO 2021 foram apresentados dados atualizados deste estudo, demonstrando que o tratamento com o regime combinado foi associado a benefício em sobrevida global quando comparado ao braço padrão, com medianas de 15,8 e 11,0 meses, respectivamente (HR=0,72; IC de 95%: 0,61-0,86). A taxa de resposta foi de 38% no braço experimental e 25,4% nos pacientes que receberam quimioterapia, com duração mediana superior nos pacientes do braço experimental (13,0 versus 5,6 meses).

A taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 foi 48% no regime combinado, sendo que a maioria deles ocorreu durante a fase de administração concomitante de quimioterapia e imunoterapia. Destacam-se como as toxicidades mais comuns neste braço: fadiga, dor musculoesquelética, náuseas, diarreia, rash, redução do apetite, constipação e prurido.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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