Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Novo regime de tratamento com imunoterapia é aprovado para o tratamento do câncer de pulmão de células pequenas nos EUA

O câncer de pulmão figura como uma das neoplasias de maior incidência mundial. Dentre os diferentes subtipos, o câncer de células pequenas corresponde a aproximadamente 15% do total de neoplasias deste sítio, sendo associado a um prognóstico menos favorável e apresentando como principal fator de risco o tabagismo. Aumentando as opções de tratamento para essa doença, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 27 de março o regime combinado de etoposídeo com cisplatina ou carboplatina associados ao anticorpo anti-PDL-1 durvalumabe para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa, de acordo com os resultados do estudo clínico de fase III CASPIAN.

Nesse estudo, pacientes com câncer de pulmão de células pequenas apresentando doença extensa foram randomizados 1:1:1 para receberem tratamento com etoposídeo + cisplatina ou carboplatina (braço 1), etoposídeo + platina e durvalumabe (braço 2), ou etoposídeo + platina e durvalumabe + tremelimumabe (braço 3). Os regimes de tratamento consistiam em até 4 ciclos de quimioterapia com imunoterapia, seguidos de manutenção com durvalumabe para os braços 2 e 3, enquanto os pacientes do braço 1 poderiam receber até 6 ciclos de tratamento, após os quais era permitida a administração de radioterapia profilática de crânio a critério do investigador. Em análise interina dos dados, a comparação entre os braços 1 e 2 atingiu significância estatística para sobrevida global (objetivo primário do estudo) e os resultados foram publicados no periódico Lancet. A comparação entre os braços 1 e 3 não atingiu o mesmo benefício conforme anunciado à imprensa, porém os seus resultados ainda não foram apresentados.

Os dados que basearam a aprovação pela agência regulatória norte-americana incluíram 269 pacientes no braço 1 e 268 no braço 2. O tratamento quimioterápico combinado com durvalumabe reduziu em 27% o risco de morte quando em relação ao uso de quimioterapia (HR=0,73; IC de 95%: 0,59-0,91; p = 0,0047). A sobrevida global mediana foi de 10,3 meses no braço 1 e 13,0 meses no braço 2.  A sobrevida livre de progressão mediana foi semelhante entre os grupos (5,4 meses no braço 1 e 5,1 meses no braço 2), entretanto a taxa de sobrevida livre de progressão aos 12 meses, um dos objetivos secundários do estudo, foi superior no regime de tratamento com durvalumabe (4,7% versus 17,5%). A taxa de resposta objetiva confirmada foi de 58% no braço 1 e 68% no braço 2. Na análise de segurança, a taxa de eventos adversos de graus igual ou maior a 3 foi a mesma entre os braços (62%), destacando-se náusea, fadiga/astenia e alopecia como os eventos adversos mais comuns no braço 2.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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