Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Leucemias

Nova aprovação de tratamento para a leucemia mielóide crônica refratária nos EUA

Em 29 de outubro de 2021, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o inibidor de tirona quinase asciminibe para o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crônica (LMC) cromossomo Philadelfia positivo (Ph+) na fase crônica após exposição a dois ou mais inibidores de tirosina quinase. A droga também foi aprovada para o tratamento de pacientes com diagnóstico de LMC Ph+ na fase crônica com mutação de T315I.

A aprovação na primeira indicação foi baseada nos resultados do estudo ASCEMBL, que randomizou 233 pacientes com LMC Ph+ na fase crônica previamente tratados com dois ou mais inibidores de tirosina quinase entre asciminibe ou bosutinibe. A taxa de resposta molecular maior, desfecho principal do estudo, foi de 25% versus 13% nos braços asciminibe e bosutinibe, respectivamente. Com um tempo de seguimento mediano de 20 meses, a duração mediana de resposta molecular maior ainda não foi atingida.

Por outro lado, a eficácia da droga em portadores de LMC Ph+ com mutação T315I foi avaliada em 45 pacientes no estudo CABL001X2101. Nesta população, a taxa de resposta molecular maior, objetivo principal do estudo, foi de 42% em 24 semanas e 49% em 96 semanas, com duração mediana de tratamento de 108 semanas.

Os eventos adversos reportados em maior frequência com o uso de asciminibe foram infecções do trato respiratório superior, dor musculoesquelética, fadiga, náuseas, rash cutâneo e diarreia.

A dose recomendada no tratamento de pacientes previamente expostos a dois ou mais inibidores de tirosina quinase é asciminibe 80 mg, via oral, uma vez ao dia ou 40 mg, via oral, a cada 12 horas. Já no tratamento de pacientes com mutação de T315I, a dose recomendada é 200 mg, via oral, a cada 12 horas.

Apesar do importante avanço no tratamento da LMC com os inibidores de tirosina quinase de primeira, segunda e terceira gerações, ainda há casos de pacientes que se tornam refratários e tendem a progredir para a forma mais acelerada ou blástica da doença. O asciminibe é um potente inibidor do BCR-ABL1 com um mecanismo que difere dos demais inibidores de tirosina quinase se ligando ao sítio de ligação do myristoyl que mantém a quinase ABL1 em seu estado inativado. Os resultados como agente único chamam a atenção nessa população com doença refratária e com mutações de risco alto como o T315I. O interessante será ver dados mais adiante na combinação de inibidores da tirosina quinase (que se ligam ao sítio de ligação do ATP da quinase) potentes como o ponatinibe”, comenta o Dr. Phillip Scheinberg, chefe da divisão de Hematologia Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

 

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