Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Melanoma

Medicamento inovador é aprovado para o tratamento do melanoma avançado nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 18 de março de 2022 o uso de nivolumabe e relatlimabe em formulação combinada para o tratamento de primeira linha do melanoma irressecável ou metastático em pacientes adultos e pediátricos ≥ 12 anos. Trata-se de uma medicação inovadora, não apenas pela formulação combinada, mas também pelo agente relatlimabe, um anticorpo dirigido ao gene de ativação linfocitária 3 (LAG-3), representa o primeiro imunoterápico desta classe a receber aprovação regulatória pela agência.

O medicamento foi avaliado no estudo de fase II e III RELATIVITY-047, que randomizou 714 pacientes com melanoma metastático entre a combinação de nivolumabe e relatlimabe ou nivolumabe isolado. Dentre a população estudada, 41% dos pacientes apresentavam expressão de PDL-1 ≥ 1%, 75,2% deles apresentavam expressão de LAG-3 ≥ 1%, 36% apresentavam elevação de DHL sérico e 38,5% apresentavam mutação de BRAF V600. A sobrevida livre de progressão mediana, objetivo primário do estudo, foi de 10,1 versus 4,6 meses nos braços da combinação e de nivolumabe isolado, respectivamente (HR=0,75; IC de 95%: 0,62-0,92; p=0,006). A análise de sobrevida global, um dos objetivos secundários do estudo, não demonstrou diferença estatística entre os braços (HR-0,80; IC de 95%: 0,64-1,01).

A taxa de resposta com a combinação foi de 43%, com 16% de respostas completas, enquanto os mesmos desfechos no braço nivolumabe foram de 33% e 14%. A taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 foi de 18,9% com nivolumabe e relatlimabe, destacando-se como as toxicidades mais frequentes: dor musculoesquelética, fadiga, rash cutâneo, prurido e diarreia.

O estudo CA224-047 já possui um seguimento de 19 meses e demonstra o benefício sustentado em sobrevida livre de progressão, com tendência a redução do risco de morte em favor da combinação, porém sem atingir ainda diferença estatística. Trata-se de uma nova opção de tratamento para o melanoma metastático que, apesar de apresentar eficácia inferior em à combinação de ipilimumabe e nivolumabe na comparação indireta entre as drogas, apresenta também menor toxicidade. A combinação chega com a proposta de substituir o uso do inibidor de PD-1 isolado na primeira linha nos pacientes não candidatos a receberem ipilimumabe e nivolumabe”, destaca a Dra. Veridiana Pires de Camargo, oncologista da BP, A Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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