Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Leucemias

Inibidor de NPM1 aprovado para o tratamento da LMA nos EUA

Em 24 de outubro de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso de revumenibe para o tratamento de leucemia mieloide aguda (LMA) recidivada ou refratária com mutação suscetível no gene nucleophosmin 1 (NPM1). A indicação contempla pacientes adultos e pediátricos a partir de 1 ano de idade que não dispõem de alternativas terapêuticas satisfatórias.

A aprovação baseou-se em uma coorte do estudo multicêntrico de braço único e aberto AUGMENT-101. A população incluída tinha idade mediana de 65 anos, com predominância de pacientes com ≥ 65 anos (50,8%), sexo feminino (60%) e 66,2% apresentavam a mutação do tipo A em NPM1. O número mediano de regimes terapêuticos prévios foi 2, sendo que 23,1% dos pacientes haviam sido submetidos previamente a transplante de células-tronco hematopoéticas.

A taxa combinada de remissão completa (RC) e RC com recuperação hematológica parcial (RCh) foi de 23,1%, com duração mediana de 4,5 meses. A taxa isolada de RC foi de 18,5% e a mediana de duração da resposta foi de 3,7 meses. Entre os 46 pacientes que eram dependentes de transfusões de hemácias e/ou plaquetas no início do estudo, 8 (17%) tornaram-se independentes em algum momento durante os 56 dias pós-tratamento. O tempo mediano para resposta entre os que atingiram RC ou RCh foi de 2,8 meses. Eventos adversos levaram à interrupção da dose em 49% dos pacientes, com destaque para prolongamento de intervalo QT, infecções, neutropenia febril, síndrome de diferenciação, náusea e hipocalemia. Reduções de dose ocorreram em 12%, e a descontinuação definitiva do tratamento foi necessária em 20%. Os eventos adversos mais frequentes (≥ 20%) incluíram alterações laboratoriais (hiperfosfatemia, aumento de transaminases, creatinina, triglicerídeos), infecções, fadiga, dor musculoesquelética, síndrome de diferenciação, distúrbios gastrointestinais e alterações eletrolíticas.

A posologia recomendada de revumenibe é variável conforme o peso corporal do paciente e a presença concomitante de inibidores fortes de CYP3A4, exigindo ajuste individualizado conforme detalhado na bula. O medicamento está disponível para administração oral e deve ser mantido até progressão da doença ou toxicidade limitante. A bula também alerta para os riscos de síndrome de diferenciação, prolongamento do intervalo QTc com potencial para Torsades de Pointes, além de toxicidade embriofetal.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

Continue sua leitura

Mais informações e estudos no MOC Tumores Sólidos

Acessar MOC