Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Neoplasias Hematológicas

Rituximabe recebe aprovação pelo FDA para o tratamento de diferentes neoplasias hematológicas pediátricas

Em 2 de dezembro de 2021, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso de rituximabe em combinação a quimioterapia para o tratamento de primeira linha de pacientes pediátricos (≥ 6 meses a < 18 anos) com diferentes neoplasias hematológicas avançadas: linfoma difuso de grandes células B CD20 positivo, linfoma de Burkitt, linfoma Burkitt-like e leucemia aguda de células B maduras.

A eficácia da combinação foi avaliada no estudo multicêntrico Inter-B­-NHL Ritux 2010, que incluiu pacientes pediátricos com diferentes neoplasias hematológica em estágio avançado, definido como doença estádio III com elevação de DHL ou estádio IV. Os pacientes foram randomizados para tratamento com regime quimioterápico Linfoma Malin B (LMB – corticoides, vincristina, ciclofosfamida, metotrexato em altas doses, citarabina, doxorrubicina, etoposideo, e terapia intratecal tripla [metotrexato, citarabina e corticoide]) de maneira isolada ou combinada a rituximabe. O objetivo primário do estudo foi a sobrevida livre de eventos, definida como o tempo até a primeira ocorrência de progressão de doença, recidiva, segunda neoplasia primária, morte por qualquer causa ou ausência de resposta (detecção de células viáveis após o segundo ciclo de citarabina e etoposídeo). A análise interina de eficácia foi conduzida com um tempo mediano de seguimento de 3,1 anos.

O tratamento com rituximabe reduziu em 68% o risco de eventos quando associado a quimioterapia em comparação à quimioterapia isolada (HR=0,32; IC de 90%: 0,17-0,58; p=0,0012). Os resultados interinos também apontam um benefício em sobrevida global, com redução do risco de morte estimado em 64% em favor do tratamento quimioterápico associado a rituximabe (HR=0,36; IC de 95%: 0,16-0,81), porém sem teste estatístico formal. Após os resultados preliminares favoráveis, os demais pacientes incluídos no estudo foram tratados com quimioterapia e rituximabe. Os eventos adversos de graus ≥ 3 ocorridos em maior frequência no braço contendo o anticorpo anti-CD20 foram neutropenia febril, estomatite, enterite, sepse, elevação de TGP e hipocalemia.

A dose de tratamento recomendada é rituximabe 375 mg/m2 via intravenosa, em seis doses: duas delas durante cada ciclo da fase de quimioterapia de indução e na sequência uma dose em cada ciclo de consolidação.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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