Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Linfomas

Novo anticorpo conjugado a droga é aprovado para o tratamento do linfoma de grandes células B nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) concedeu em 23 de abril de 2021 aprovação acelerada ao anticorpo conjugado a droga (ACD) loncastuximabe tesirina para o tratamento de pacientes portadores de linfoma de grandes células B recidivado ou refratário previamente expostos a ≥ 2 linhas de tratamento sistêmico. Trata-se de um anticorpo monoclonal dirigido ao CD19 conjugado a um agente alquilante. A aprovação contempla as seguintes entidades: linfoma difuso de grandes células B sem outra especificação, linfoma difuso de grandes células B originado de linfoma de baixo grau e linfoma B de alto grau.

Na opinião do Dr. Phillip Scheinberg, chefe da divisão de Hematologia Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “os anticorpos conjugados vêm ganhando força no tratamento dos linfomas. O primeiro foi o brentuximabe para o linfoma de Hodgkin, depois o polatuzumabe para o linfoma não-Hodgkin e agora, o loncastuximabe tesirina nos linfomas não-Hodgkin”.

Os dados avaliados para a aprovação anunciada resultaram do estudo LOTIS-2, que avaliou o uso do ACD em 145 pacientes com doença refratária previamente tratados com 2 ou mais regimes sistêmicos. A idade mediana da população foi 66 anos, a maioria dos pacientes (88%) possuía o diagnóstico de linfoma difuso de grandes células B sem outra especificação , 17% deles haviam recebido transplante de medula e 9% eram previamente tratados com terapia celular com células T com receptor de antígeno quimérico (CAR-T).

A taxa de resposta avaliada pelo comitê independente de monitoramento de dados através do critério Lugano 2014 foi de 48,3%, objetivo primário do estudo, incluindo 24,1% de respostas completas. Os eventos adversos apresentados em maior frequência na população estudada foram trombocitopenia, elevação de gama-glutamiltransferase, neutropenia, anemia, hiperglicemia, elevação de transaminases, fadiga, hipoalbuminemia, rash cutâneo, edema, náuseas e dor musculoesquelética.

O loncastuximabe é direcionado ao antígeno CD19 (expresso nas células B) conjugado ao um agente alquilante causando dano irreversível ao DNA da célula tumoral. O que chama atenção, além da alta taxa de reposta (48%), é a eficácia da droga em pacientes extensamente politratados, incluindo pacientes que apresentaram falha após CAR-T, bem como os linfomas double e triple-hit, que costumam ser refratários a quimioterapia convencional. Os eventos adversos mais notáveis foram mielosupressão, reações cutâneas, edema e derrame pleural. A mediana de resposta de quase 1 ano como agente único também é notável nessa população. Combinações com o loncastuximabe nos linfomas e outras doenças linfoproliferativas são antecipadas e esperadas“, conclui o Dr. Scheinberg.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

 

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