Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Ginecológico

Imunoterapia aprovada para câncer de colo uterino nos Estados Unidos

A agência regulatória norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou no último dia 12 de junho de 2018 o uso do anticorpo monoclonal anti-PD1 pembrolizumabe para o tratamento do câncer de colo uterino recorrente ou metastático com expressão de PD-L1 após progressão à quimioterapia baseada em platina.

A aprovação baseia-se no estudo fase II de braço único Keynote-158. Trata-se de um estudo aberto, multicêntrico, que avaliou o tratamento de diversos tumores avançados com o uso de pembrolizumabe após progressão à quimioterapia padrão, sendo incluídas 98 pacientes com carcinoma de colo uterino avançado previamente tratadas com ao menos uma linha de quimioterapia para doença metastática.

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Os dados atualizados apresentados no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2018) demonstram com um seguimento mediano de 10,3 meses que o uso de pembrolizumabe promoveu uma taxa de resposta de 16% nas pacientes portadoras de câncer de colo uterino com expressão de PD-L1 ≥1% através do escore utilizado pelo teste diagnóstico associado ao estudo. Apesar da baixa taxa de resposta, o tratamento mostrou resposta duradoura, e em 69% das pacientes que apresentaram algum grau de resposta a taxa foi superior a 9 meses. Os dados de segurança foram semelhantes aos demonstrados com o  uso da medicação em outras indicações.

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Segundo a Dra. Juliana Pimenta, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “trata-se de uma doença associada à grande morbidade, com alta incidência no Brasil e que afeta mulheres jovens. As opções terapêuticas são limitadas após progressão a primeira linha baseada na associação de quimioterapia e bevacizumabe, com taxas de resposta muito baixas especialmente em áreas previamente irradiadas. Aguardamos a futura aprovação de imunoterápicos para essa indicação em nosso país, onde o custo  é  um fator limitante para o uso da medicação, mas a alta incidência dessa neoplasia reforça a necessidade de novas opções terapêuticas.

Ainda de acordo com a Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “a imunoterapia parece ser uma estratégia promissora no tratamento do câncer de colo uterino metastático, podendo levar a respostas duradouras. Outros estudos para o tratamento da doença metastática com anti-CTLA-4, vacinas, TILs, novos anti-PD-L1 e novas drogas imunomodulatórias estão em andamento e seus resultados poderão mostrar futuras opções de tratamento”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida.

 

 

 

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