Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Pulmão

Metástases cerebrais em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com translocação do ALK ou mutação do EGFR

As metástases cerebrais são comuns no câncer de pulmão de células não pequenas, no entanto a incidência do diagnóstico e sua evolução ao longo do tempo, impulsionados por oncogenes, raramente são relatadas. Em um estudo publicado recentemente no jornal Lung Cancer, avaliou-se a frequência dessas metástases em pacientes que apresentam mutação do EGFR ou translocação do ALK.

Nesse estudo, a presença de metástases cerebrais, os dados clínico-patológicos e o genótipo tumoral foram compilados retrospectivamente e analisados à partir de uma coorte de 381 pacientes.

Os resultados obtidos foram:

  • Identificados 86 casos de câncer de pulmão de células não pequenas com mutação do EGFR (90,7% com doença metastática; 85,9% receberam um inibidor EGFR) e 23 com translocação do ALK (91,3% com doença metastática; 85,7% receberam um inibidor ALK).
  • Metástases cerebrais estavam presentes em 24,4% dos casos de mutação do EGFR mutados e em 23,8% de translocação do ALK, no momento do diagnóstico de doença avançada.
  • Esse estudo não demonstrou uma diferença na incidência cumulativa de mais de metástases cerebrais entre as duas coortes ao longo do tempo (EGFR/ALK coorte risco de regressão concorrente [RRC], coeficiente de 0,78 [IC de 95%: 0,44-1,39], p=0,41).
  • Em pacientes ainda vivos com câncer de pulmão de células não pequenas avançado, com mutação do EGFR, 34,2% tinham metástases cerebrais em 1 ano, 38,4% em 2 anos, 46,7% em 3 anos, 48,7% em 4 anos e 52,9% em 5 anos. Em pacientes ainda vivos com câncer de pulmão de células não pequenas avançado, com translocação do ALK, 23,8% tinham metástases cerebrais em 1 ano, 45,5% em 2 anos e 58,4% em 3 anos.

Os autores concluíram que metástases são frequentes nos casos de câncer de pulmão de células não pequenas avançado com translocação do ALK ou mutação do EGFR, com uma estimativa de > 45% dos pacientes com envolvimento do SNC, por três anos de sobrevida com o uso de terapias-alvo. Esses dados apontam para o SNC como uma importante necessidade clínica não atendida no esquema de cuidado personalizado em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas.

Referência:

Rangachari D, Yamaguchi N, VanderLaan PA, et al. Brain metastases in patients with EGFR-mutated or ALK-rearranged non-small-cell lung cancers. Lung Cancer 88:108-11, 2015.

Marcus Paulo Amarante
Médico residente do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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