Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Mama

Paclitaxel e trastuzumabe adjuvante para câncer da mama HER-2 positivo e linfonodo negativo

Não existe tratamento padrão para pacientes com tumores pequenos de mama, linfonodo negativo e HER-2 positivo, porque a maioria destes pacientes foi inelegível para os principais estudos de trastuzumabe adjuvante.

Em estudo publicado recentemente no NEJM, foi realizado um estudo não-controlado, multicêntrico, de paclitaxel adjuvante e trastuzumabe em 406 pacientes com tumores medindo até 3 cm em sua maior dimensão e com linfonodo negativo. Os doentes receberam tratamento com paclitaxel semanal na dose de 80 mg/m² EV e trastuzumabe durante 12 semanas, seguido de 9 meses de monoterapia com trastuzumabe. O desfecho primário foi a sobrevida livre de doença invasiva.
Os resultados encontrados foram:

  • O período mediano de acompanhamento foi de 4 anos;
  • A taxa de sobrevida livre de doença invasiva em 3 anos foi de 98,7% (IC de 95%: 97,6-99,8);
  • Entre as 12 recaídas vistas, 2 foram por câncer de mama metastático à distância;
  • Excluindo-se os cânceres de mama HER-2 negativo contralateral e outros tipos de câncer, 7 eventos específicos da doença foram anotados;
  • Um total de 13 pacientes (3,2%; IC de 95%: 1,7-5,4) relatou pelo menos um episódio de neuropatia grau 2 e 3 e apresentaram insuficiência cardíaca congestiva sintomática (0,5%; IC de 95%: 0,1-1,8). Ambos tiveram normalização da fração de ejeção do ventrículo esquerdo após a descontinuação do trastuzumabe;
  • Um total de 13 pacientes teve redução na fração de ejeção e permaneceu assintomático (3,2%; IC de 95%: 1,7-5,4), como definido pelo estudo, sendo que 11 destes pacientes foram capazes de retomar a terapia com trastuzumabe após uma breve interrupção.

Os autores concluíram que, entre as mulheres com câncer de mama HER-2 positivo estádio I, predominantemente, o tratamento com paclitaxel adjuvante mais trastuzumabe foi associado com um risco de recorrência precoce de cerca de 2%, considereando-se que 6% dos pacientes abandonaram o estudo devido a eventos adversos específicos do protocolo. No MOC 2015, este esquema foi adicionado como opção para pacientes com tumores HER-2 positivos e de risco relativamente baixo de recorrência.

Referência
Tolaney SM, Barry WT, Dang CT et al. Adjuvant paclitaxel and trastuzumab for node-negative, HER2-positive breast cancer. N Engl J Med 372:134, 2015.

Marcus Paulo Amarante
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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