Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Mama

MOC na ESMO – Câncer de Mama

Análise final de sobrevida global do estudo CLEOPATRA

O estudo CLEOPATRA, envolveu 808 pacientes com câncer de mama metastático e HER-2 positivo. Foi avaliado o benefício do duplo bloqueio do HER-2, através do uso concomitante de pertuzumabe e trastuzumabe. Os pacientes foram randomizados para trastuzumabe e docetaxel com ou sem pertuzumabe ou placebo.

A análise anterior realizada em 2012 mostrou que a adição do pertuzumabe, levou ao aumento da sobrevida livre de progressão (SLP), de 12,4 para 18,5 meses. Enquanto uma forte tendência de benefício de sobrevida global (SG) foi observada, a mesma não havia sido atingida no braço experimental.

A análise final de sobrevida foi apresentada na ESMO 2014, após 385 mortes e um período de acompanhamento de 50 meses.

Os resultados encontrados foram:

  1. A SG mediana foi de 56,5 meses no braço que recebeu pertuzumabe versus 40,8 meses no grupo placebo (HR=0,68; p=0,0002).
  2. Aumento de 6,3 meses na SLP também foi evidenciado (HR=0,68; p<0,0001).

O regime pertuzumabe + trastuzumabe + docetaxel, foi confirmado como o regime padrão de primeira linha no tratamento para o câncer de mama metastático HER-2 positivo. A SG mediana obtida com este tratamento foi maior do que as outras terapias de primeira linha nesta população.

S Swain, S-B Kim, J Cortes, et al. Final overall survival (OS) analysis from the CLEOPATRA study of first-line (1L) pertuzumab (Ptz), trastuzumab (T), and docetaxel (D) in patients (pts) with HER2-positive metastatic breast cancer (MBC). ESMO 2014, Abstract 350O.

Eficácia e segurança da manutenção do bevacizumabe, com ou sem capecitabina após primeira linha de bevacizumabe e docetaxel em pacientes com câncer de mama metastático HER-2 negativo: Estudo IMELDA

 

Foram estudadas 284 pacientes com câncer de mama metastático, HER-2 negativo, que receberam de 3-6 ciclos de bevacizumabedocetaxel. As pacientes que não apresentaram progressão de doença (PD) foram randomizadas para receber manutenção com bevacizumabe isolado ou bevacizumabecapecitabina até PD.

Os resultados encontrados foram:

  1. Sobrevida livre de progressão (SLP): bevacizumabecapecitabina aumentou a SLP (mediana 11,9 versus 4,3 meses; HR=0,38; IC de 95%: 0,27-0,55; p<0,001).
  2. Sobrevida global (SG) também aumentou com o esquema bevacizumabecapecitabina (mediana 39,0 versus 23,7 meses; HR=0,43; IC de 95%: 0,26-0,69; p<0,001).

Os eventos adversos de grau ≥ 3 aumentaram de 30% (28/94), no grupo de bevacizumabe, para 52% (47/91), no grupo de bevacizumabecapecitabina. Esse aumento foi devido, principalmente, ao maior número de síndrome mão-pé.

A adição de capecitabina no tratamento de manutenção com bevacizumabe aumentou a SLP e SG em pacientes com câncer de mama metastático HER-2 negativo.

J Gligorov, DC Doval, J Bines, et al. Efficacy and safety of maintenance bevacizumab (BEV) with or without capecitabine (CAP) after initial first-line BEV plus docetaxel (DOC) for HER2-negative metastatic breast cancer (mBC): IMELDA randomised phase III trial. ESMO 2014, Abstract 352O.

Estudo de fase III avaliou a continuidade do bevacizumabe após a primeira linha de quimioterapia no câncer de mama metastático e HER-2 negativo. Estudo TANIA.

 

Foram randomizadas 494 pacientes com câncer de mama metastático e HER-2 negativo, que haviam progredido após ≥ 12 semanas da primeira linha com bevacizumabe + quimioterapia (QT). As pacientes foram randomizados para receberem QT isolada ou associada ao bevacizumabe.

Os resultados encontrados foram:

  1. Sobrevida livre de progressão (SLP): QT + bevacizumabe obteve melhor SLP (6,3 meses versus 4,2 meses; HR=0,75; IC de 95%: 0,61-0,93; p=0,0068)
  2. Os dados de sobrevida global estão imaturos, e ainda não mostraram benefício para a continuação do bevacizumabe

G von Minckwitz, F Puglisi, J Cortes, et al. Efficacy and safety in TANIA, a randomised phase III trial of continued or reintroduced bevacizumab (BEV) after 1st-line BEV for HER2-negative locally recurrent/metastatic breast cancer (LR/mBC). ESMO 2014, Abstract 353O.

Vinflunina e capecitabina em pacientes com câncer de mama avançado previamente tratadas com antraciclina e taxanos: um estudo de fase III

 

Um estudo de fase III, com 770 pacientes com câncer de mama avançado, refratárias ao regime contend antraciclicos e taxanos. As pacientes foram randomizado para vinflunina, 280 mg/m² no D1 associado a capecitabina, 1.650 mg/m² (n=384), do D1-D14 a cada 3 semanas, ou para capecitabina isolada 2.500 mg/m² (n=386), do D1-D14 a cada 3 semanas.

Os resultados encontrados foram:

  1. Sobrevida livre de progressão (SLP): vinflunina associado à capecitabina aumentou a SLP (mediana 5,6 versus 4,3 meses; HR=0,84; IC de 95%: 0,71-0,99; p=0,0426).
  2. Taxa de controle de doença foi estatisticamente superior nas pacientes que receberam a combinação (57,3 versus 47,9%; p=0,0089).
  3. Sobrevida global (SG) foi de 13,9 meses para vinflunina mais capecitabina e 11,7 meses para capecitabina (HR=0,97; IC de 95%: 0,83-1,14; p=0,6976).
  4. Toxicidade grau 3-4 mais frequentes foram neutropenia no grupo que recebeu vinflunina mais capecitabina (27,2 dos pacientes versus 6,6% para capecitabina) e síndrome mão-pé para capecitabina (18 versus 3,7% para vinflunina mais capecitabina).

O esquema de vinflunina associado a capecitabina demonstrou melhor SLP e  pode ser uma nova opção para pacientes refratárias a antraciclicos e taxanos.

MM Jimenez, Y Demidchik, I Bondarenko, et al. Vinflunine (VFL) plus capecitabine (CAPE) for advanced breast cancer (ABC) previously treated with or resistant to anthracycline and resistant to taxane: a phase 3 study versus capecitabine. ESMO 2014, Abstract 358PD.

Raphael Brandão Moreira
Residente Chefe de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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