Enzalutamida é um inibidor oral do receptor de andrógeno que prolonga a sobrevida em homens com câncer de próstata metastático resistente à castração

Um recente estudo duplo-cego de fase III, chamado PREVAIL, publicado no NEJM, avaliou 1.717 pacientes que foram randomizados para receber enzalutamida (a uma dose de 160 mg) ou placebo, 1 vez ao dia. Os endpoints primários foram sobrevida livre de progressão (SLP) radiográfica e a sobrevida global (SG).

Os resultados encontrados foram:

• A taxa de SLP radiográfica após 12 meses foi de 65% entre os pacientes tratados com enzalutamida, em comparação com 14% entre os pacientes que receberam placebo, 81% de redução de risco (HR=0,19; IC de 95%: 0,15-0,23; p<0,001).
• O braço da enzalutamida teve uma redução de 29% no risco de morte (HR= 0,71; IC de 95%: 0,60-0,84; p<0,001).
• O benefício de enzalutamida foi mostrado em todos os desfechos secundários, incluindo o tempo até ao início da quimioterapia citotóxica (HR=0,35), o tempo até que o primeiro evento esquelético-relacionado (RR=0,72), resposta completa ou parcial de partes moles (59 versus 5%), taxa de declínio de pelo menos 50% do PSA (78 contra 3%), p<0,001 para todas as comparações.
• Fadiga e hipertensão foram os eventos adversos clinicamente relevantes mais comuns associados com o tratamento enzalutamida.

Esse estudo concluiu que enzalutamida diminuiu significativamente o risco de progressão radiográfica e de morte e atrasou o início da quimioterapia em homens com câncer de próstata metastático refratários a castração.

Referência:
Beer TM, Armstrong AJ, Rathkopf DE, et al. Enzalutamide in metastatic prostate cancer before chemotherapy. N Engl J Med 2014;371:424-33.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Marcus Paulo Amarante
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.