Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Neoplasias Hematológicas

Eficácia do ibrutinibe, um inibidor covalente da tirosina quinase de Bruton, em pacientes com leucemia linfóide crônica (LLC) ou linfoma linfocítico de células pequenas (SLL)

Um estudo recente publicado no NEJM avaliou a eficácia de ibrutinibe, um inibidor covalente da tirosina quinase de Bruton, em pacientes com leucemia linfoide crônica (LLC) ou linfoma linfocítico de pequena células (SLL) com fatores de risco para mau prognostico.
Trata-se de um estudo multicêntrico, aberto, de fase 3 que randomizou aleatoriamente 391 pacientes com LLC ou SLL recidivado ou refratário para receber ibrutinibe diário ou o anticorpo anti-CD20 ofatumumabe. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão, com a sobrevida global e a taxa de resposta global, como desfechos secundários.
Os resultados encontrados foram:

  • Em um seguimento médio de 9,4 meses, o ibrutinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão;
  • A duração média não foi alcançada no grupo ibrutinibe (com uma taxa de sobrevida livre de progressão de 88%, em 6 meses), em comparação com uma média de 8,1 meses no grupo ofatumumabe (taxa de risco de progressão ou morte no grupo ibrutinibe, 0,22; p<0,001).
  • ibrutinibe também melhorou significativamente a sobrevida global (razão de risco para a morte, 0,43; p=0,005). Em 12 meses, a taxa de sobrevida global foi de 90% no grupo ibrutinibe e 81% no grupo de ofatumumabe. No total, 57 pacientes no grupo do ofatumumabe receberam ibrutinibe (crossover) na progressão. A taxa de resposta global foi significativamente maior no grupo ibrutinibe do que no grupo ofatumumabe (42,6% versus 4,1%, p<0,001).
  • Um adicional de 20% dos doentes tratados com ibrutinibe teve uma resposta parcial com linfocitose. A atividade do ibrutinibe foi observado independente da presença de deleção do cromossoma 17p13.1 ou resistência a análogos de purina, 2 fatores de risco muito importantes na LLC.
  • Os eventos adversos não-hematológicos mais frequentes foram diarreia, fadiga, febre e náuseas no grupo ibrutinibe e fadiga, reações relacionadas à infusão e tosse no grupo ofatumumabe.

O ibrutinibe, em comparação com ofatumumabe, melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão, sobrevida global, e taxa de resposta entre os pacientes com leucemia linfocítica crônica ou SLL previamente tratados. Esse estudo se soma a outros reportes recentes que demonstram de maneira impressiva a atividade do ibrutinibe nas doenças linfoproliferativas como LLC e linfoma das células do manto.

Referencia:
Byrd JC1, Brown JR, O’Brien S. Ibrutinib versus ofatumumab in previously treated chronic lymphoid leukemia. N Engl J Med 2014; 371:213-223.

Phillip Scheinberg
Chefe da Hematologia do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, Editor do MOC-Hemato.

Marcus Paulo Amarante
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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