Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Mama

Rastreio do câncer de mama usando tomossíntese em combinação à mamografia

Melhorias das técnicas de mamografia foram realizadas através da implementação da tomossíntese. Esse exame realiza imagens a partir de uma fonte de raios-X que permite a reconstrução em corte finos, minimizando a influência da sobreposição de estruturas da mama, como uma tomografia computadorizada.

Em 2011, a tomossíntese foi aprovada pelo FDA para ser utilizada em combinação com a mamografia digital. Esse modo combinado reduz as limitações do rastreio convencional através da mamografia, aumentando o diagnóstico de tumores invasivos e redução dos resultados falso-positivo.

Recentemente, foi publicado um estudo retrospectivo que buscou determinar se a mamografia combinada com a tomossíntese esta associada com melhora do rastreio de câncer de mama nos Estados Unidos.

O estudo avaliou 454.850 exames (n=281.187 – mamografia digital; n=173.663 – mamografia digital + tomossíntese). Ao considerar apenas os pacientes que fizeram mamografia digital, 29.726 foram submetidos à biópsia após ter sido detectado alguma lesão suspeita. O câncer foi comprovado em apenas 1.207 pacientes (n=815 invasivo, n=392 in situ). Entre os que fizeram mamografia digital + tomossíntese, 3.285 tiveram alguma lesão suspeita e realizaram biópsia. O diagnóstico de câncer foi confirmado em 950 pacientes (n=707 invasivo, n=243 in situ).

Este estudo constatou que, após a implementação da tomossíntese, foram descobertos 41% a mais de tumores invasivos, em comparação com mamografia digital isolada. O uso de tomossíntese reduziu também em 15% o número de mulheres que foram convocadas a repetirem o exame.

As limitações do estudo, não nos permite afirmar que os resultados foram puramente devido à adição de tomossíntese, porém ele nos permite concluir que a adição da tomossíntese a mamografia digital foi associada a um aumento da taxa de detecção de câncer e a redução de convocações para repetir o exame. Estudos randomizados são necessários para avaliar a existência da relação com dados de sobrevida.

Referência:
Sarah M. Friedewald, Elizabeth A. Rafferty, Stephen L. Rose, et al. Breast Cancer Screening Using Tomosynthesis in Combination With Digital Mammography. JAMA 2014;311(24):2499-2507.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Raphael Brandão Moreira
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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